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Polícia fecha abatedouro ilegal que vendia até carne de cavalo em Viana

Polícia fecha abatedouro ilegal que vendia até carne de cavalo em Viana

Investigações apontaram que os proprietários do abatedouro furtavam cavalos na região, abatiam os animais e vendiam como carne bovina

Publicado em 6 de setembro de 2022 às 12:09

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Abatedouro ilegal com mais de 50 animais foi desarticulado em Viana
Equipes da Polícia Civil, Prefeitura de Viana e do Idaf fecharam abatedouro ilegal. (Divulgação/Prefeitura de Viana)

Um abatedouro ilegal de animais foi fechado por equipes da Polícia Civil, da Prefeitura de Viana e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) na manhã desta terça-feira (6). O estabelecimento clandestino ficava na área do assentamento Santa Clara, na região de Araçatiba, em Viana, onde foram encontrados 37 porcos e 17 cavalos que estavam prontos para serem abatidos. Suspeitos que estavam no local conseguiram fugir.

As investigações da Operação Dia de Caça começaram quando a Polícia Civil recebeu denúncias de donos de propriedades rurais sobre o desaparecimento de animais em Viana, GuarapariDomingos MartinsAlfredo Chaves e outros municípios próximos. 

Depois de cerca de um mês de investigações, os policiais, juntos de equipes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, identificaram o local e, nesta terça-feira (6), desativaram o abatedouro ilegal. Lá, eles encontraram equipamentos para desossa de animais, além de currais e frigoríficos.

Durante a ação, oito pessoas foram presas. Espingardas, pistolas e revólveres, utilizados para a caça de animais, também foram apreendidas. Uma pessoa foi encaminhada à Delegacia Regional de Guarapari, onde assinou um termo circunstanciado pelo crime de maus-tratos de animais e foi liberado para responder ao processo em liberdade.

“Estávamos investigando dois furtos de cavalos na região da zona rural de Alfredo Chaves. Durante as diligências, identificamos que eles foram furtados e encaminhados a um abate clandestino que fica em uma região na divisa. No local, foram encontrados diversos cavalos e bois, mas os que procurávamos não foram localizados, pois, possivelmente, já foram abatidos”, contou o delegado Luis Carlos Pascoal, titular da Delegacia de Polícia de Alfredo Chaves.

As investigações da Polícia Civil apontaram que os proprietários do abatedouro ilegal furtavam cavalos, abatiam os animais e vendiam como carne bovina.

Abatedouro ilegal de animais foi fechado pela Polícia Civil e pela Prefeitura de Viana nesta terça (6)(Divulgação/Secom Viana)

A carne era comercializada a cerca de R$ 200, um valor muito abaixo do mercado. Os cavalos eram vendidos como carne, e as vísceras deles, além de outras partes como patas, cabeças, costelas e corações, eram utilizadas para alimentar os porcos. Além disso, o espaço estava sendo expandido para receber mais animais.

De acordo com a Prefeitura de Viana, a carne era vendida para feirantes, açougues, frigoríficos e outros estabelecimentos. A administração pontuou que os comerciantes que forem identificados como responsáveis por vender o alimento clandestino podem ser multados. 

O município acrescentou que os animais que ainda estavam vivos foram recolhidos por equipes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

A Polícia Civil informou que, ao todo, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão em Alfredo Chaves, Guarapari e Viana. Os detidos de Alfredo Chaves foram autuados em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo, sendo que seis pagaram a fiança e vão responder em liberdade. Já o suspeito que não pagou fiança, será encaminhado ao sistema prisional.

“Realizamos essa primeira fase da operação e conseguimos identificar e deter os suspeitos. As investigações continuam, principalmente para o abatedouro clandestino, pois precisamos saber para onde a carne foi distribuída e quem as consumia. A população pode ajudar a Polícia Civil, por meio Disque-Denúncia (181)”, disse o delegado Luis Carlos Pascoal.

No local, a equipe do Idaf também identificou indícios de abate clandestino recente, como ossos de cavalos (alguns até incinerados), restos de animais e utensílios utilizados, como facas e ganchos.

"Além das condições higiênicas precárias do local onde o abate era realizado, o formato do crânio indicava que os animais eram mortos a machadada. Os porcos eram alimentados por vísceras, que, jogadas no chão, se misturavam às fezes e a outros resíduos. Os cavalos também estavam bastante magros, indicando condição inadequada de alimentação”, explicou a médica-veterinária e fiscal agropecuária Georgiana Galvão.

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