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10 dias de dor: famílias de jovens atropeladas em São Mateus pedem justiça

10 dias de dor: famílias de jovens atropeladas em São Mateus pedem justiça

Tatiane Almeida, de 26 anos, e Janaína Barcelos,  28, morreram após serem atingidas por carro em alta velocidade. Indícios apontam condutor do veículo, mas ainda não há mandado de prisão, diz polícia

Publicado em 22 de fevereiro de 2022 às 16:28

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Janaina Barcelos Gomes e Tatiane Almeida Monteiro
Janaina Barcelos Gomes e Tatiane Almeida Monteiro eram trabalhadoras rurais. (Arquivo das famílias)

Há dez dias, duas famílias compartilham a dor da perda em São Mateus, Norte do Estado. O luto é acompanhado pela busca por respostas após a trágica morte  das trabalhadoras rurais Tatiane Almeida Monteiro, de 26 anos, e Janaína Barcelos Gomes, de 28. As duas mulheres foram atropeladas por um carro em alta velocidade, às margens da BR 381, em São Mateus, no Norte do Estado, no último dia 12.

A maneira como as mortes aconteceram e a falta de informações  revoltam familiares das vítimas. A esposa de Janaína e a irmã de Tatiane desabafaram sobre o sofrimento que elas e os parentes vêm enfrentando.

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Eu só queria que a família dele [do motorista], se estiver ouvindo, ou a empresa dele aparecessem e contassem o que aconteceu. Eu só quero justiça pela minha esposa, que estava trabalhando. Uma pessoa honesta, amava as suas três filhas. E morreu desse jeito.

Renata Nunes de Oliveira
Esposa de Janaína (vítma)
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Janaína deixou três filhas, de 3, 5 e 9 anos. O acidente ocorreu em frente à casa da família, e a filha mais velha acabou vendo a mãe morrer. “Na hora que ela viu, gritou: ‘Deus, minha mãe não’”, contou Renata para a repórter Rosi Bredofw da TV Gazeta Norte.

O sentimento de dor e indignação é compartilhado  pela irmã da Tatiane, Eduarda Almeida Monteiro, que tenta se manter forte para ajudar os pais e o sobrinho.

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Eu queria fazer um apelo de coração pela dor que eu estou sentindo, pela dor que a família da Janaína está sentindo: pelo amor de Deus, prendam esse homem! A minha irmã e a Janaína hoje estão embaixo da terra. Elas estão presas, e ele está solto.

Eduarda Almeida Monteiro
Irmâ de Tatiane (vítima)
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No dia do atropelamento, as vítimas haviam acabado de encerrar os trabalhos na roça de pimenta. Elas atravessavam a rodovia para guardar os equipamentos usados. Câmeras de segurança registraram o momento em que o carro, em alta velocidade, atropelou as duas mulheres.

O motorista fugiu e deixou o veículo em um local a cerca de 10 km de onde ocorreu o atropelamento, segundo testemunhas. O carro foi incendiado, mas ainda não se sabe quem ateou fogo.

Segundo a Polícia Civil, já existem indícios de quem dirigia o carro no dia do acidente, mas o mandato de prisão ainda não foi expedido. Segundo o delegado responsável pelo caso, Paulo Amaral, a investigação está sob sigilo.

O delegado preferiu não gravar entrevista para a reportagem da TV Gazeta Norte, mas informou que considera que o processo está rápido. No entanto, para as famílias o tempo gera muita angústia.

“Estamos muito indignados com essa demora da Justiça, essa demora para ter uma resposta. Ninguém entra em contato com a nossa família", relatou a irmã.

MOTORISTA DIRIGIA VEÍCULO DE TERCEIRIZADA DA VIVO

O carro pertence à empresa TLP Serviços, que presta serviços para a operadora de telefonia Vivo. Procurada pela reportagem, a empresa afirmou que tem ciência do atropelamento e lamentou o ocorrido.

A TLP complementou que sua área jurídica está acompanhando o caso, mas que não tem outras informações para passar no momento. A operadora Vivo também foi procurada e disse, por meio da assessoria de imprensa, que apura o caso.

"A Vivo lamenta profundamente e já está apurando os fatos ocorridos. A empresa mencionada é uma prestadora de serviço, e a Vivo está em contato com os seus representantes para tomar eventuais medidas cabíveis", diz a nota.

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