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Casagrande decreta luto de 3 dias pela morte de Antônio Ribeiro Granja

Casagrande decreta luto de 3 dias pela morte de Antônio Ribeiro Granja

O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (12).

Publicado em 12 de novembro de 2019 às 11:53

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Antônio Ribeiro Granja. (Reprodução)

O governador Renato Casagrande decretou luto oficial de três dias pela morte do ex-vereador de Cariacica, ex-líder sindical e presidente de honra nacional do Cidadania (antigo PPS), Antônio Ribeiro Granja. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (12).

Granja morreu no final da noite de domingo (10), aos 106 anos. Ele estava internado desde quinta-feira (7) no Hospital Santa Mônica, em Vila Velha, onde tratava uma infecção e pedra na vesícula.

A prática política ele fez até a véspera da sua morte. Era uma pessoa lúcida, com 106 anos, com muito mais esperança e visão de futuro do que a maioria dos jovens. Essa é a lembrança que tenho dele", lamentou o filho José Roberto Portugal.

O velório aconteceu na Câmara de Vereadores de Cariacica. O enterro estava previsto para ocorrer às 10h desta terça-feira (12) no cemitério São João Batista, em Cariacica Sede.

Natural de Exu, em Pernambuco, Granja se mudou para São Paulo ainda na adolescência em busca de emprego. Em 1930, aos 17 anos, começou sua militância, ao entrar para a Aliança Liberal.

Granja passou a atuar no movimento sindical e entrou para o Partido Comunista, em 1934. Trabalhou como pedreiro e operário em São Paulo, até ser chamado para a construção da ferrovia Brasil-Bolívia. Com a criação da Vale do Rio Doce, em 1942, veio para o Espírito Santo para trabalhar na oficina de vagões da companhia, em Cariacica.

No Estado, liderou o movimento sindical dos ferroviários, acompanhou a criação das primeiras leis trabalhistas e participou do surgimento das primeiras centrais sindicais do Brasil. Organizando greves e se opondo ao governo getulista do Estado Novo, Granja chegou a ser detido algumas vezes pela polícia no período.

Em 1947, Granja foi eleito vereador de Cariacica pelo PCB. Perseguido, teve que deixar o Estado durante a ditadura militar.

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Na última entrevista para A Gazeta, em julho de 2018, Granja relembrou o período de repressão e afirmou que a democracia está mais forte hoje do que quando iniciou a militância dele. "A democracia é irreversível. Pode tardar, mas sempre aparece. Eu sinto que hoje ela está bem mais forte do que quando comecei. Mesmo assim, ela enfrenta dificuldade, com a corrupção, os desvios dos cofres públicos, a crise de confiança com a classe política."

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