Publicado em 7 de novembro de 2019 às 21:49
Pela quarta vez, fragmentos de óleo voltaram a ser encontrados no litoral do Espírito Santo. Desta vez os vestígios foram localizados em São Mateus, no Norte do Estado. O material foi levado para ser analisado pela Marinha. Nas outras três ocasiões os testes confirmaram não ser o mesmo resíduo que atingiu as praias do Nordeste. >
De acordo com o superintendente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Diego Libardi, o material foi recolhido na praia de Guriri e encaminhado para os testes. "Mas ainda não tivemos resultado", relatou.>
Nas semanas anteriores substâncias semelhantes foram encontradas, por duas vezes, em praias de Conceição da Barra, também no Norte do Estado, e há três dias o mesmo ocorreu em uma praia da Serra, na Grande Vitória. >
Desde o final de agosto, manchas de óleo têm contaminado praias do litoral nordestino. Já foram afetados nove Estados e 385 praias. Há quatro dias a substância foi localizada em Nova Viçosa, litoral baiano, a pouco mais de 50 quilômetros de distância, em linha reta, da divisa do Estado. >
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Por trás do atraso no deslocamento das manchas em direção ao Estado podem estar algumas mudanças climáticas, como destaca o oceanógrafo do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Pablo Prata.>
Ele explica que as manchas de óleo estão se deslocando junto com a massa de água e, ao se aproximar da costa, passam também a sofrer influência das correntes costeiras. "Diferente da Corrente Brasil, com deslocamento de Norte a Sul, as correntes costeiras sofrem mudança de direção, porque são induzidas, na maioria das vezes, por ondas", explica. >
Houve uma mudança também em relação aos ventos. "Nós estávamos com vento Nordeste forte, que estava deslocando o material junto à costa baiana pelo trabalho das ondas. Mas desde hoje pela manhã (7) houve parada do vento. E com menos vento, tem menos transferência de energia para o mar, e a geração de ondas será bem menor", afirma.>
De acordo com Pablo, quando você tem uma inversão da direção de ondas, também inverte a corrente costeira. "E o material vai estacionar, esperando uma nova inversão para descer", assinala.>
Além de não terem novos registros de aparecimento da substância em praias mais próximas ao Espírito Santo, os últimos avistamentos voltaram a ser registrados em cidades baianas mais ao Norte de Nova Viçosa, como Prado.>
Novo monitoramento realizado na tarde desta quinta-feira (7) nas praias de Conceição da Barra não localizou vestígios de óleo. A prefeitura informa que também foi concluída a ação de fechamento da foz do Riacho Doce, localizado na divisa com a Bahia, e que tem o objetivo de fazer uma proteção preventiva do estuário. >
O mesmo trabalho deverá ser realizado na manhã desta sexta-feira (8) na foz dos rios Itaúnas e Cricaré, onde vão ser instaladas barreiras com rede de pesca. A ação contará com apoio de pescadores, voluntários, Iema, Ufes, e da Marinha do Brasil.>
Na tarde desta quinta-feira o Ibama também confirmou que o óleo não chegou a Mucuri (BA). Por nota, o órgão ambiental ressalta que a presença do contaminante foi detectada na praia Costa do Atlântico, localizada no município de Nova Viçosa. >
A nota informa ainda que houve um equívoco em relação às coordenadas. "As planilhas divulgadas nos dias 4 e 5 de novembro apontaram Mucuri como uma das localidades atingidas. Informamos que este documento já foi atualizado com a informação correta e está disponível para leitura no hotsite sobre as manchas de óleo no litoral do Nordeste, na página do Ibama", destacou.>
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