Publicado em 30 de outubro de 2019 às 19:25
- Atualizado há 6 anos
Aos 100 anos de idade, dona Esther Rodrigues Baldow precisou fazer uma cirurgia e ficar internada por 10 dias após quebrar o fêmur (osso na parte superior da perna) em uma queda que teve ao se levantar da cama. O caso da idosa é um dos 2.132 casos de internações em 2018 por causa do fêmur quebrado. Os dados são do Ministério da Saúde, e apontam que, desse total, 870 foram pessoas idosas com idade entre 71 e 90 anos, uma média de dois casos por dia. Entre 71 e 80 anos, foram 401 internações. Já entre os mais velhos, de 81 a 90 anos, foram 469. >
Ainda de acordo com levantamento do Ministério, os números de internações por quebrar o fêmur em 2018 indicam um aumento de 67% em 10 anos, se comparados aos de 2008, quando ocorreram 1.275 internações por esse motivo.>
Os casos de idosos que sofrem quedas e quebram algum osso não são incomuns e preocupam quem convive com eles. A filha de dona Esther, a aposentada Glória Maria Baldow, de 63 anos, foi quem socorreu a idosa no dia da queda, em 2018. Ela conta que, ao se levantar da cama, sua mãe perdeu o equilíbrio e caiu. Glória, que mora com a mãe há 25 anos em São Mateus, Norte do Estado, viu a idosa caída no chão e chegou a socorrer a mãe pensando ser algo sem gravidade. Quando percebeu que não era algo simples, ela acionou outros familiares, que chamaram o Corpo de Bombeiros para resgatar dona Esther. >
No hospital, a idosa precisou fazer uma cirurgia e ficou internada por 10 dias. Durante os quatro primeiros meses, dona Esther precisou de contar com o apoio das cuidadoras e de uma enfermeira. Atualmente, ela faz fisioterapia para ajudar no equilíbrio.>
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De acordo com o ortopedista e traumatologista Gustavo Pimentel, o aumento no número de idosos que quebram o fêmur por causa de quedas se dá, principalmente, por causa do envelhecimento da população. “A população está envelhecendo de forma geral e isso causa uma fragilidade, óssea gerando as fratura de fêmur”, conta.>
Por mais que o idoso tenha uma vida ativa, esclarece Gustavo Pimentel, a osteoporose – doença silenciosa que deixa os ossos frágeis e quebradiços – chega para todos, principalmente em mulheres na fase pós-menopausa. Dessa forma, a melhor maneira de prevenção é ter o diagnóstico precoce da doença e buscar o tratamento indicado, como a reposição de cálcio e vitamina D, além de pegar sol diariamente e praticar atividades físicas. >
As fraturas são mais comuns em idosos a partir dos 80 anos, principalmente porque a osteoporose atinge de forma mais lenta os ossos longos. Quanto mais idade, maior risco de doenças, internações, infecções e quedas. É o que afirma Daniela Barbieri, médica geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Espírito Santo.>
Daniela Barbieri
Médica geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Espírito Santo.Além dos cuidados que é preciso ter quando já é idoso, é a infância a melhor fase para evitar doenças crônicas, como a osteoporose e, consequentemente, as fraturas dos ossos. >
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