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PM usará aplicativo para multar infratores a partir deste mês no ES

PM usará aplicativo para multar infratores a partir deste mês no ES

No primeiro momento, o aparelho estará disponível com 500 policiais já treinados. O serviço será expandido gradativamente, inclusive podendo ter a adesão de guardas municipais

Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 06:00

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Fiscalização no trânsito está sendo reforçada pelo Detran para reduzir infrações e acidentes. (Arquivo)

O trânsito no Espírito Santo mata centenas de pessoas, todos os anos, e apenas ações educativas não estavam sendo eficazes para reduzir essa violência. Diante desse cenário, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES) decidiu aumentar a fiscalização e uma das estratégias, que passa a ser adotada ainda neste mês, é o uso de aplicativo de celular por policiais militares nas abordagens a motoristas e multa de infratores.

Num primeiro momento,  500 PMs que já foram treinados vão para as ruas com o aparelho de telefone. À medida que forem concluindo a formação, outros 700 militares vão integrar a equipe. O aplicativo que será usado pela Polícia Militar também poderá ser disponibilizado para as guardas de trânsito, caso haja interesse dos municípios.

"Contratamos o sistema global de registro de infrações e, a partir de agora, o celular dos policiais vai ter um talonário eletrônico de multas. Isso vai facilitar muito nas abordagens porque, além de menor tempo para lavrar o auto de infração, assim que o agente começa o preenchimento, o sistema envia uma série de informações importantes como, por exemplo, se há restrições naquele veículo ou contra o condutor", conta o diretor-geral do Detran-ES, Givaldo Vieira.

No aplicativo do celular, também será possível fazer o registro de acidentes de trânsito, um boletim eletrônico que vai facilitar o desenvolvimento de outro projeto: o Observatório de Trânsito. 

Aspas de citação

Teremos dados mais amplos sobre acidentes, mais informações sobre a natureza das ocorrências, as principais causas. Assim, poderemos direcionar melhor as fiscalizações, reforçar sinalização, ter ações dirigidas de forma mais efetiva

Givaldo Vieira
diretor-geral do Detran
Aspas de citação

Além dessas iniciativas, o Detran-ES vai manter ações de fiscalização já iniciadas, como o projeto Força pela Vida, que é um trabalho integrado de 20 instituições municipais, estaduais e até federais que,  desde julho, realizam de maneira conjunta operações de trânsito, tais como a da Lei Seca, a de transporte clandestino e contra furto e roubo de veículos.

EDUCATIVA

O Detran mantém as campanhas educativas, mas Givaldo Vieira diz que, apenas essas ações, não estavam se mostrando eficientes para diminuir as ocorrências. Ao contrário, segundo o diretor do órgão, o ano começou com tendência de crescimento nos acidentes, quadro que se reverteu somente após a intensificação das fiscalizações.

M usará aplicativo para multar infratores a partir deste mês no ES

"A questão é que a gente faz campanhas, as pessoas se mostram sensibilizadas, mas realmente não  acreditam que vai  acontecer com elas. As ações educativas são importantes, porém não têm sido suficientes para mudar a conduta. O que muda é a percepção do motorista de que pode  ser flagrado e, por isso, aumentar a fiscalização é fundamental",  ressalta Vieira. 

No planejamento do Detran-ES para essa área ainda está a ampliação do número de agentes do próprio órgão capacitados para atuar em fiscalizações. Neste ano, 30 passaram por formação e, até o final de 2020, espera-se que mais 120 estejam aptos a participar das blitze. 

Todas essas estratégias visam atingir a meta estabelecida no país, junto à Organização das Nações Unidas (ONU), de reduzir em pelo menos 50% o número de vítimas fatais em acidentes, na chamada "Década de Ação pela Segurança no Trânsito", que considera o período de 2011 a 2020. No Estado, no primeiro ano avaliado, houve 1.159 mortes no trânsito e, em 2018, 744, o que representa uma taxa de redução de 43% a cada 100 mil habitantes, em um intervalo de oito anos. 

Vieira espera que, com as ações que têm sido implementadas, a meta seja alcançada no próximo ano. "É uma meta ousada, mas estamos trabalhando para isso. Contudo, é preciso também a elevação da consciência coletiva da população de respeitar a legislação, de ser prudente no trânsito. Muitos acidentes não são fatalidade e poderiam ser evitados. Com o envolvimento das pessoas, mais vidas podem ser salvas", finaliza. 

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