Publicado em 3 de outubro de 2019 às 15:09
Segunda-feira, 02 de setembro, por volta das 14h30, na Terceira Ponte. A estudante Kamilla Allimak, de 39 anos, passava pela via com destino a Vila Velha. Ela seguia para uma ótica. No caminho, viu uma movimentação estranha. A partir daí, presenciou a cena que não sai da sua cabeça: a luta de um homem pela vida após ter pulado da ponte. Se você precisa de ajuda, ligue 188.>
O relato dela, feito nos comentários da matéria do Gazeta Online sobre o caso no Facebook, é tocante e faz lembrar uma outra reportagem do portal. No ano passado, o psiquiatra Jovino Araújo contou que um de seus pacientes havia se arrependido de ter tirado a própria vida.>
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"Infelizmente, ele pulou da ponte e, 20 minutos depois que ele pulou, houve uma busca pelo resgate. Quando ele foi encontrado boiando, ele estava vivo, e ele ficou gritando, antes de morrer, para o pessoal do socorro, que ele queria viver, que não deixasse ele morrer. Um caso triste", disse à época.>
Na entrevista, o médico explicou que a crise suicida, com tratamento, passa, e que há casos de pessoas que tentam se matar e depois se arrependem.>
Exatamente o que Kamilla presenciou nesta segunda. Nesta terça-feira (03), ela conversou com a reportagem sobre o fato. Veja a entrevista abaixo.>
Kamilla Allimak
EstudanteALERTA>
Segundo a médica Letícia Mameri, da Associação Psiquiátrica do Espírito Santo, quem presencia uma cena como essa precisa se perceber.>
"Observe se vai conseguir dormir, como está se sentido, como vai ser o impacto emocional na vida dela. A pessoa pode vir a desenvolver um transtorno de estresse pós-traumático. Entre os sintomas estão pesadelos ou lembranças repentinas (flashbacks), fuga de situações que relembrem o trauma, reações exageradas a estímulos, ansiedade e humor deprimido. Nesses casos, a indicação é procurar um psiquiatra", recomenda.>
ARREPENDIMENTO>
"Uma pessoa que tenta se matar, ela pode se arrepender, principalmente quando ela tem um transtorno mental. Muitas vezes, quando ela se trata, ela consegue ver a situação de forma muito mais clara", diz a médica.>
AMBIVALÊNCIA>
Uma característica da pessoa que tem comportamento suicida, segundo a psiquiatra, é a ambivalência: ela quer morrer, mas ao mesmo tempo ela quer viver.>
Letícia Mameri
PsiquiatraTristeza, isolamento, comportamentos impulsivos e falas sobre suicídio, mesmo de brincadeira, são sinais de alerta.>
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