Segunda-feira, 02 de setembro, por volta das 14h30, na Terceira Ponte. A estudante Kamilla Allimak, de 39 anos, passava pela via com destino a Vila Velha. Ela seguia para uma ótica. No caminho, viu uma movimentação estranha. A partir daí, presenciou a cena que não sai da sua cabeça: a luta de um homem pela vida após ter pulado da ponte. Se você precisa de ajuda, ligue 188.
O relato dela, feito nos comentários da matéria do Gazeta Online sobre o caso no Facebook, é tocante e faz lembrar uma outra reportagem do portal. No ano passado, o psiquiatra Jovino Araújo contou que um de seus pacientes havia se arrependido de ter tirado a própria vida.
"Infelizmente, ele pulou da ponte e, 20 minutos depois que ele pulou, houve uma busca pelo resgate. Quando ele foi encontrado boiando, ele estava vivo, e ele ficou gritando, antes de morrer, para o pessoal do socorro, que ele queria viver, que não deixasse ele morrer. Um caso triste", disse à época.
Na entrevista, o médico explicou que a crise suicida, com tratamento, passa, e que há casos de pessoas que tentam se matar e depois se arrependem.
Exatamente o que Kamilla presenciou nesta segunda. Nesta terça-feira (03), ela conversou com a reportagem sobre o fato. Veja a entrevista abaixo.
ALERTA
Segundo a médica Letícia Mameri, da Associação Psiquiátrica do Espírito Santo, quem presencia uma cena como essa precisa se perceber.
"Observe se vai conseguir dormir, como está se sentido, como vai ser o impacto emocional na vida dela. A pessoa pode vir a desenvolver um transtorno de estresse pós-traumático. Entre os sintomas estão pesadelos ou lembranças repentinas (flashbacks), fuga de situações que relembrem o trauma, reações exageradas a estímulos, ansiedade e humor deprimido. Nesses casos, a indicação é procurar um psiquiatra", recomenda.
ARREPENDIMENTO
"Uma pessoa que tenta se matar, ela pode se arrepender, principalmente quando ela tem um transtorno mental. Muitas vezes, quando ela se trata, ela consegue ver a situação de forma muito mais clara", diz a médica.
AMBIVALÊNCIA
Uma característica da pessoa que tem comportamento suicida, segundo a psiquiatra, é a ambivalência: ela quer morrer, mas ao mesmo tempo ela quer viver.
Tristeza, isolamento, comportamentos impulsivos e falas sobre suicídio, mesmo de brincadeira, são sinais de alerta.
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