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Adolescentes do ES apontam bullying e suicídio como desafios da juventude

Adolescentes do ES apontam bullying e suicídio como desafios da juventude

Novos desafios foram debatidos em encontro na Rede Gazeta, em comemoração aos 30 anos da Convenção dos Direitos da Criança do  Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)

Publicado em 28 de novembro de 2019 às 21:51

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Ativaço, evento em comemoração aos 30 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança, em parceria da Rede Gazeta com a Unicef. (Carlos Alberto Silva)

Há 30 anos a Convenção sobre o Direito da Criança do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apresentou os desafios de meninos e meninas no Brasil. De lá para cá, foram diversos avanços na garantia de direitos básicos de nossas crianças, principalmente relacionado ao acesso à saúde e à educação. Porém, passados três décadas, adolescentes de diversas partes do país apontam novas barreiras para o desenvolvimento infantil, como o bullying e o suicídio.

O assunto foi debatido por crianças e adolescentes com autoridades públicas em um evento realizado no auditório da Rede Gazeta, na tarde desta quinta-feira (28). O encontro marcou a comemoração dos 30 anos da Convenção e, na oportunidade, dois jovens capixabas leram o manifesto pelos direitos da criança formulado em Brasília por 48 representantes de 21 Estados Brasileiros e o Distrito Federal.

Camila Loureio, 17 anos, estudante, entrevistada sobre o evento Ativaço - Evento de comemoração dos 30 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança. Evento em parceria entre o Unicef e a Rede Gazeta. (Carlos Alberto Silva)

A estudante Camila Loureiro, de 17 anos, compartilhou a preocupação sobre a saúde mental dos estudantes. Para ela, os jovens e adolescentes estão sujeitos a muita pressão no dia a dia e acabam acumulando responsabilidades de uma pessoa adulta.

“A cada dia os jovens se sentem mais pressionados a seguir um padrão, mas nunca são estimulados a serem o que querem. Eles se sentem sobrecarregado e, muitas vezes, assumem responsabilidades que não suas”, desabafou Camila, que defendeu espaços para conversas nas escolas públicas. “É pressão o tempo inteiro e o estudante, muitas vezes, precisa apenas ser ouvido. Precisa desabafar”, concluiu.

A coordenadora do Unicef para a Região Sudeste, Luciana Phebo, descreve que reclamações sobre o adoecimento mental, a depressão, estão se tornando comuns entre os jovens de todo o país.

“É muito evidente essa dor relacionada à depressão à autoestima. Os adolescentes sinalizam. Como uma população mais viva, que está em desenvolvimento, eles sinalizam mais fortemente. E é algo que o Brasil, os governos, a sociedade civil têm que prestar atenção”, alertou Luciana.

Luciana Phebo, coordenadora do Unicef/Sudeste fala sobre o evento Ativaço . (Carlos Alberto Silva)

Outro problema apontado pelos adolescentes foi o bullying praticado nas escolas e na internet. O estudante Mikael, de 17 anos descreveu que essas situações deveriam ser evitadas com palestras e debates no ambiente escolar.

“Um colega da minha sala disse que eu poderia ser ladrão, e fiquei muito chateado. Pensei em responder o discurso do ódio com o ódio. Como sou negro, sei que isso não vai ser a última vez que vai acontecer comigo, mas se tivesse mais palestras nas escolas sobre o bullying, acredito que desestimularia esses comportamentos", descreveu.

Durante o debate, o secretário de Direitos Humanos de Vitória, Bruno Toledo, explicou que racismo é crime e que não dá para compará-lo com bullying. “Não podemos esconder crimes. Racismo não é bullying. Não podemos tratar crimes como bullying”, pontuou.

O encontro que discutiu os avanços e os desafios dos Direitos da Criança é uma promoção do Unicef, com apoio da Rede Gazeta. No evento, o diretor de jornalismo da Rede Gazeta, Abdo Chequer, pontuou que a discussão é importante para tornar os jovens ainda mais progressistas de suas próprias histórias.

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“Este evento foi pensado junto dos jovens e para os jovens. Apoiar e sediar um evento como este reforça o propósito de existir da Rede Gazeta. Nós colocamos o jornalismo da Rede Gazeta a favor dos capixabas. É nosso papel mostrar as iniciativas que dão certo e cobrar respostas e resultados do poder público”, destacou Abdo.

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