Publicado em 9 de fevereiro de 2020 às 11:00
Água de coco, bronzeador, empadinha, bebidas, porções e até remédios para dor de cabeça e contraceptivos. Quem frequenta a Praia da Costa, em Vila Velha, na altura da Curva da Sereia, encontra a baiana Valéria Dutra, considerada uma figura icônica da região por usar o seu megafone para anunciar e vender os seus produtos e atrair clientes, além de orientar e alertar os banhistas. >
A história de Valéria na Praia da Costa já existe há cerca de 20 anos. Ao perceber que tinha poucos vendedores na praia, ela não teve dúvida: adquiriu alguns produtos para revender, pegou um megafone e começou a dizer pelo balneário compra na minha mão, que eu quero comprar um avião. O slogan foi suficiente para ela conquistar sua clientela e ficar conhecida. >
Mas não foram só o megafone e o sotaque baiano que chamaram a atenção. Além da simpatia ímpar, Valéria usa ainda salto alto na areia. O objetivo? Não perder a pose. A gente tem que trabalhar bonita, né? E você já percebeu como mulher fica mais bonita de salto? Me sinto mais confiante. É um pouco difícil, mas o segredo para usar tamanco na areia e para ter uma vida mais tranquila é o mesmo, ter equilíbrio, lembra a vendedora. >
Há cerca de 12 anos, as coisas melhoraram para Valéria. Com a autorização da Prefeitura de Vila Velha, ela conseguiu um ponto fixo na praia, na altura da Curva da Sereia, que funciona todos os dias, durante o ano inteiro, das 7h até o último freguês ir embora. A diversidade de seus produtos, cujos preços variam de R$ 5 a R$ 15, continua firme e forte, e o diferencial, segundo os seus clientes, também é o atendimento. >
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A advogada Luciana Barbosa Soares é uma das pessoas que conhece Valéria. Quem frequenta aquela região percebe o cuidado que ela tem com os clientes e também com a praia. Ela conquista todo mundo com o seu jeito extrovertido e atencioso, além da empadinha ser uma delícia, comenta. >
Agora, o megafone tem outras funções além de atrair os seus clientes. Um deles é conscientizar os banhistas para descartar o lixo de forma correta, sem sujar a praia. O outro é o cuidado com os pequenos. Aviso se o mar está agitado, peço para redobrar a atenção com as crianças e sempre ajudo a encontrar os pais, caso eu perceba que tem alguém perdido, comenta. >
Valéria Dutra
VendedoraNo verão, o faturamento da vendedora triplica e o movimento é tão intenso que Valéria contrata temporariamente três funcionários para trabalhar com ela. Oriento a atender todos os clientes bem, pois eles se tornam os nossos amigos. Em diversos momentos, já fui acolhida por eles. E também sei a importância de acolhê-los. Às vezes, a pessoa quer uma água de coco e um ombro amigo também. Apelidei o meu cantinho de sorrisoterapia, destaca Valéria. >
Hoje, aos 56 anos, a baiana usa o salto alto esporadicamente. Dizem que nem parece ser eu quando estou sem salto. Eu concordo. O avião eu ainda não comprei. Mas já comprei um caminhão. Pequeno, mas é um caminhão. E é meu, declara, orgulhosa. >
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