Publicado em 14 de julho de 2020 às 14:41
Uma nova gasolina que promete ter mais qualidade e trazer mais eficiência energética para os automóveis passa a ser vendida no Brasil a partir do dia 3 de agosto de forma obrigatória. O novo combustível terá o papel de garantir menos consumo e mais segurança para o usuário. A ideia é que com o novo composto se reduza os casos de adulteração. Porém, o produto deve chegar às bombas com um preço um pouco mais salgado que o atual. Entenda o porquê.>
As novas regras exigem que sejam seguidas especificações da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). A mudança, definida em janeiro deste ano, tem como missão preencher brechas que autorizavam refinarias e importadores a venderem produtos com menor qualidade. >
As normas agora estabelecem uma massa específica mínima e um valor mínimo de octanagem RON para a gasolina, o que vai aproximar o produto ao padrão dos Estados Unidos e da Europa. >
O valor mínimo será de 92 agora em agosto e passará para 93 em janeiro de 2022. Em outros países, como os europeus, por exemplo, o RON é de 95. De acordo com as novas determinações da ANP, para a gasolina premium ou aditivada, o RON terá que ser de 97 já em agosto deste ano.>
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A especificação, tanto para a gasolina comum como para as premium, vai ter como vantagem a redução do consumo, permitindo maior eficiência energética, ou seja, o carro vai rodar mais quilômetros por litro, o que dará maior proteção aos motores. >
Para chegar a esse novo produto, as refinarias da Petrobras precisaram ser adaptadas, já que produziam combustíveis com RON menor daquele que será obrigatório.>
O engenheiro mecânico e sócio da Garage Web Engenharia de Veículos, Walter Abramides, explicou em entrevista no final de junho para A Gazeta que a gasolina com um fator de octanagem maior aumenta a performance do carro. No Brasil, quando se usa uma gasolina podium é possível perceber essa diferença, porque o refino é feito de uma forma diferente, que favorece um aproveitamento maior da queima do combustível, analisa.>
MAIS QUALIDADE
As regras brasileiras não estabeleciam limites mínimos de massa específica nem valor mínimo de RON, o que permitia a importação e produção de gasolinas mais leves. A gasolina comum terá que ter RON de 92 agora em 3 de agosto e de 93 em janeiro de 2022. Já a gasolina premium terá que atingir 97 já agora no início do próximo mês.
MAIS PROTEÇÃO AO MOTOR
A nova especificação da gasolina melhora o desempenho do veículo, a dirigibilidade e o tempo de resposta na partida a frio, além de manter aquecimento adequado do motor. Também protege o motor de defeitos mais rápidos.
USO DE MOTORES MAIS EFICIENTES
A mudança vai permitir o uso pelas montadoras de motores mais eficientes, com menor consumo e menos poluentes. Segundo especialistas, quanto maior a quantidade de octanos, mais resistente o combustível é à queima. Assim, ele tem melhor nível de eficiência.
REDUÇÃO DE 4% A 6% NO CONSUMO
Segundo a Petrobras, a nova gasolina vai permitir uma queda de 4% a 6% no consumo de litro por quilômetro rodado.
DESEMPENHO
Segundo engenheiros mecânicos, quando o combustível é comprimido no cilindro, se a octanagem é mais alta, a explosão provocada impulsiona o pistão com mais força para baixo. Porém, a combustão é precoce e fraca se o RON é menor. Isso compromete a eficiência.
MASSA ESPECÍFICA
As novas regras estabelecem uma massa específica mínima de 715 kg/m³ para a gasolina, que significa a quantidade de uma substância em um determinado volume. Quando ela é muito baixa, há menor conteúdo energético por litro, então o consumo aumenta.
PROTEÇÃO CONTRA ADULTERAÇÃO
Os solventes usados na adulteração têm densidade inferior à exigida para a nova gasolina. Então, será mais fácil de descobrir se uma gasolina foi batizada. Será possível conferir isso mergulhando em densímetro calibrado entre 700 e 750 gramas por litro. Se o valor ficar baixo de 715 será a prova que o combustível foi batizado.
PREÇO DEVE SUBIR
O preço do galão de gasolina deve ficar entre US$ 0,04 e US$ 0,07 (R$ 0,05 a R$ 0,09 por litro) mais caro. Mas a Petrobras diz que o valor mais caro deve ser compensado pelo maior rendimento do motor.
Com informações de agências>
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