> >
Novos hábitos vão manter em alta negócios de higiene no pós-coronavírus

Novos hábitos vão manter em alta negócios de higiene no pós-coronavírus

Famílias devem consumir mais papel sanitário e lenços em todo o mundo, o que vai favorecer o Espírito Santo. Procura por produtos de limpeza residencial e pessoal também devem alimentar indústria química e farmacêutica

Publicado em 12 de abril de 2020 às 12:29

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Data: 20/12/2019 - Linha de produção de tissue na unidade Mucuri da Suzano Papel e Celulose.
Linha de produção de papel tissue da Suzano: Cachoeiro ganhará fábrica. (Ricardo Teles/Suzano)

Se por um lado a pandemia da Covid-19 proporcionou um boom instantâneo no consumo de produtos de higiene, proteção e limpeza nesta fase mais aguda do coronavírus, por outro ela deve mudar em definitivo os hábitos de consumo da população brasileira quanto aos cuidados com a saúde.

Na avaliação de especialistas, a procura por itens como máscaras e álcool em gel deve continuar mais elevada que o normal por mais algum tempo. Produtos como papel higiênico e lenços higienizadores também tendem a seguir com a demanda maior.

No curto prazo, a demanda maior por máscaras e insumos hospitalares já está fazendo fábricas de celulose aumentarem a produção pensando no mercado externo e interno, uma vez que a commodity é matéria-prima para esses itens.

Já no médio e longo prazo, a mudança dos hábitos de consumo pensando nos cuidados de higiene e limpeza deve continuar favorecendo o setor de celulose e papel e outros no Espírito Santo, acredita o secretário de Estado de Desenvolvimento, Marcos Kneip.

A expectativa é de um aumento significativo da produção da Suzano no Estado, criando oportunidade para uma cadeia de negócios ligados à celulose e gerando empregos não apenas em Aracruz como também em Cachoeiro de Itapemirim, onde a empresa já trabalha a construção de uma fábrica de papel para fins sanitários (tissue).

É justamente a demanda global por esse papel que deve aumentar, conforme a própria Suzano já prevê, além da celulose em si, que é um dos insumos utilizados em máscaras cirúrgicas.

No caso da celulose, a Suzano já anunciou que vai aumentar a produção no Estado reativando a fábrica A, em Aracruz, parada desde o ano passado, conforme a colunista de A Gazeta Beatriz Seixas noticiou em primeira mão no dia 31 de março.

“A demanda por celulose e por papel higiênico aumentou e a Suzano já anunciou que vai aumentar a produção religando a planta. Já está estimado um crescimento do setor e a retomada da linha de produção parada será algo muito importante para o desenvolvimento do Estado”, avaliou.

O secretário de Estado de Desenvolvimento, Marcos Kneip
O secretário de Estado de Desenvolvimento, Marcos Kneip. (Divulgação | Sedes)

Durval Vieira Freitas, do Fórum Mais Negócios da Findes, avalia que o aumento da demanda do setor será positivo para a criação de empregos no Espírito Santo. “É uma grande empresa que só com a retomada da China já terá uma demanda grande e vai fazer com que muitas contratações sejam feitas aqui, ainda mais com a retomada da fábrica A.”

Segundo Kneip, é possível ainda que a demanda alta por papel tissue acabe pressionando a indústria a acelerar a construção da fábrica de Cachoeiro, já prevista para ser concluída ainda neste ano com foco em atender ao mercado interno.

SETOR FARMACÊUTICO E ATACADISTA TAMBÉM PODEM CRESCER

Os novos hábitos devem impulsionar ainda setores da economia capixaba como o farmacêutico, acredita o secretário de Desenvolvimento, com a demanda maior por itens de higiene e proteção, fazendo com que empresas do Estado se adaptem para produzir mais.

Isso também beneficiaria o setor atacadista capixaba, diante da demanda por estocagem e distribuição de produtos. “A gente já tem uma localização privilegiada e fatores que contribuem para atrair negócios do ramo.”

Este vídeo pode te interessar

Algumas empresas de cosméticos em todo o país também mudaram neste momento seu foco de produção para atuar na fabricação de álcool gel, abrindo portas para um mercado que não era delas, mas que se tornou importante para amenizar os efeitos na queda do consumo de produtos de beleza.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais