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Com escalada dos preços, Copom aumenta a Selic para 5,25% ao ano

Com escalada dos preços, Copom aumenta a Selic para 5,25% ao ano

A alta foi maior que a sinalizada pela autoridade monetária na reunião anterior, em junho, mas está na linha do que esperava o mercado financeiro para tentar conter a inflação

Publicado em 4 de agosto de 2021 às 18:53- Atualizado há 3 anos

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Com a Selic em seu menor patamar histórico, especialistas sugerem a renda variável como opção de investimento
Selic tem subido para tentar controlar a inflação no país. (JComp/Freepik)

Para tentar conter a crescente escalada dos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic nesta quarta-feira (16) em 1 ponto percentual. Com isso, a taxa básica de juros do Brasil passa a 5,25% ao ano. Trata-se do maior patamar da Selic desde outubro de 2019, antes da pandemia do coronavírus.

A alta foi maior que a sinalizada pela autoridade monetária na reunião anterior, em junho, de 0,75 ponto percentual. No entanto, está na linha do que esperava o mercado financeiro. Esse foi o o quarto aumento consecutivo dos juros.

Esta foi a maior alta desde fevereiro de 2003, quando a taxa passou de 25,50% para 26,50%. Naquele ano, a inflação ficou em 9,30%. Era o primeiro ano do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com a decisão desta quarta, o BC acelera o ritmo do ciclo de aperto monetário, que vinha sendo de alta de 0,75 ponto nas reuniões anteriores.

Desde o fim do ano passado, os preços no país sobem em escalada, inicialmente puxada por alimentos e depois por combustíveis e energia.

Em junho, a inflação aumentou em 0,53%, pressionada principalmente pelo encarecimento da energia elétrica. Esta foi a maior alta para o mês desde 2018, quando o Brasil vivia sob os efeitos da greve dos caminhoneiros.

No acumulado dos 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou 8,35%, bem acima do teto da meta (5,25%).

Na decisão, o Copom observou que a decisão "reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2022 e, em grau menor, o de 2023".

O ajuste também reflete a percepção de que a piora recente nos preços em meio à reabertura do setor de serviços poderia provocar mais uma deterioração das expectativas de inflação. O Copom considerou que, neste momento, a estratégia de ser mais tempestivo na política monetária é a mais apropriada para garantir o cumprimento das metas de inflação.

Para a próxima reunião, o Comitê já prevê outro ajuste da mesma magnitude de 1 ponto percentual. "Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado um ciclo de elevação da taxa de juros para patamar acima do neutro".

A Selic é a taxa de juros básica do Brasil, ou seja, é a referência usada para o pagamento da dívida pública pelo governo. Ela também influencia as demais taxas de juros dos bancos e altera a rentabilidade de algumas aplicações financeiras como a poupança e outros investimentos mais conservadores.

A taxa é usada pelo Banco Central como ferramenta para controlar a inflação, já que a alta ou a queda dos juros influencia o consumo das famílias e a tomada de crédito no país.

Em linhas gerais, quando a inflação está alta, aumentam-se os juros para reduzir o consumo e forçar uma queda nos preços. Quando a inflação está muito baixa, o Banco Central reduz a Selic para estimular o consumo.

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