Publicado em 6 de março de 2020 às 18:18
A declaração do Imposto de Renda 2020 começou há poucos dias, mas já tem quem esteja de olho no dinheirinho a mais que pode vir com a restituição. Os bancos, por exemplo, já estão fazendo empréstimos tendo como garantia a restituição do IR. >
Em 2019, por exemplo, 293.164 contribuintes receberam a restituição do Imposto de Renda. O valor médio pago a eles, segundo informou a Receita Federal, foi de R$ 1.454,61.>
As instituições financeiras se propõem a adiantar de 75% a 100% do valor a ser restituído, com juros que variam de 1,49% ao mês a 4,5% variando de acordo com o perfil do cliente e a forma de contratação. >
É a quanto chega a taxa do adiantamento da restituição do Imposto de Renda
Mas quando vale a pena antecipar a restituição? De acordo com especialistas, é melhor utilizar este adiantamento para fazer o pagamento de dívidas, mas não todas. Segundo eles, as dívidas caras devem ser priorizadas.>
>
Dívidas caras são aquelas de cheque especial, cartão de crédito, às vezes crediário do comércio, todas com juros mensais acima de 6%. Nesse caso, vale a pena substituir uma dívida pela outra, explica o economista Mário Vasconcelos. >
A utilização do dinheiro para gastar com produtos ou serviços só é indicada em casos extremos, segundo orienta o economista Marcelo Loyola.>
Se, por exemplo, a geladeira queimar e tiver que comprar outra, se for preciso consertar o telhado, fazer um tratamento de saúde e a pessoa não tiver outra forma de conseguir o dinheiro, pode ser uma boa opção. Vai da necessidade de cada um, comenta.>
Agora, pegar o dinheiro para fazer uma viagem, ou gastar com supérfluo, não é indicado. Até porque, enquanto o dinheiro não é sacado ele fica com o rendimento da taxa Selic, que está em 4,25% ao ano, completa.>
O perigo para quem pretende antecipar a restituição do Imposto de Renda é apresentar a declaração com erro e cair na malha fina. Isso pode fazer com que a pessoa não receba o valor esperado. Talvez seja necessário até complementar com alguma multa ou pagamento.>
A pessoa tem que ter certeza de que não vai cometer nenhum erro. Fazer a declaração de uma maneira muito cuidadosa para não cair malha fina. Certamente, se isso acontecer, a antecipação pode sair de uma solução e virar um problema, alerta Loyola.>
Havendo problemas com a Receita Federal, o contribuinte pode ficar refém de uma negociação com a instituição bancária, destaca Vasconcelos.>
Mário Vasconcelos
EconomistaVale destacar que a restituição do Imposto de Renda é paga às pessoas que contribuíram mais do que precisavam ao longo do ano, neste caso, o de 2019. >
Todo mês a gente tem uma parcela do salário descontada. Quando temos gastos com saúde e educação, por exemplo, essa parcela descontada deveria diminuir. Como ela segue a mesma durante todo o ano, a restituição equilibra essa conta, explica Vasconcelos. >
O conselheiro do Conselho Regional de Economia Sebastião Demuner destaca o fato de os empréstimos no Brasil ainda terem juros salgados. Nos últimos meses a taxa de juros vem caindo no país, o que deveria fazer o custo dos empréstimos cair também, segundo ele.>
A taxa Selic está em 4,25% hoje e pode cair para 4%. Estamos vivendo um novo momento de juros no país. As pessoas precisam ter isso em mente ao negociar com os bancos. Antes os juros eram altos, mas a rentabilidade era maior, lembra.>
Sete bancos afirmaram que já estão oferecendo aos clientes o direito de antecipar a restituição do Imposto de Renda: Banestes, Banco do Brasil, Caixa, Santander, Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Nordeste.>
Para conseguir pegar o dinheiro emprestado, o contribuinte deve indicar a conta de uma dessas instituições como a destinada para receber a restituição. O cliente consegue fazer a transação até mesmo por meio dos aplicativos dos bancos ou telefone. A data de pagamento do empréstimo varia de banco para banco.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta