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Atividade Econômica do ES cai 0,9% no 2° trimestre, mostra Findes

Atividade Econômica do ES cai 0,9% no 2º trimestre, mostra Findes

Resultado do IAE foi divulgado nesta quinta-feira (15). Apesar da queda geral, alguns segmentos como de serviços e o agropecuário foram na contramão e apresentaram bom desempenho

Publicado em 15 de setembro de 2022 às 14:14- Atualizado há 2 anos

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Data: 29/05/2019 - ES - Vitória - Sede da FINDES na Reta da Penha, em Vitória - Editoria: Cidades - Foto: Ricardo Medeiros - GZ
Sede da Findes na Reta da Penha, em Vitória . (Ricardo Medeiros)

O Índice de Atividade Econômica do Espírito Santo (IAE) apresentou retração de 0,9% no segundo trimestre em relação ao primeiro, de acordo com levantamento divulgado nesta quinta-feira (15) pela Federação das Indústrias (Findes). Segundo a organização, no semestre, o Estado apresentou alta de 3,6%.

Os setores que apresentaram melhor desempenho entre os meses de abril a junho deste ano foram o agropecuário, com crescimento de 2%; e o de serviços, com avanço de 0,8% no período, recuperando-se da crise vivida no auge da pandemia da Covid-19. A indústria, no entanto, teve recuo de 4,5% e puxou o desempenho estadual para baixo.

No comparado anual, o 2º trimestre de 2022 cresceu 3% em relação ao mesmo período de 2021. O resultado foi puxado pelo setor de serviços, com alta de 5,9%, enquanto a agropecuária teve crescimento de 2,6%. A indústria, por sua vez, recuou 3,5%. 

A presidente da Findes, Cris Simonini, avalia que o Índice de Atividade Econômica do Espírito Santo tem a capacidade de fazer o desmembramento setorial dos segmentos avaliados.

"O IAE, uma construção desde 2019, vem ao longo desses anos se aperfeiçoando, inclusive na checagem dos dados. Ele vai medir a abertura setorial, mas também os fatores que influenciam todos esses resultados. Tem elementos que precisamos aprofundar aqui no Espírito Santo, principalmente, porque tem impacto global. A gente olha com um desafio até maior, porque vemos todas essas mudanças que estão acontecendo e o quanto refletem aqui no Estado", destacou. 

SERVIÇOS E AGRO EM ALTA

O segmento de serviços, composto por transporte, comércio e demais atividades, teve resultado positivo. O comparativo entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano resulta em uma alta de 0,8%. O desempenho foi influenciado pelo crescimento de 1,9% nos transportes e demais atividades. Já o comércio recuou 3,5%. 

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o avanço foi de 5,9%, puxado pela alta de 14% nos transportes, que voltou ao nível pré-pandemia. Os demais serviços avançaram 6,8%, enquanto o comércio recuou 0,7%.

A economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria da entidade, Marília Silva, avalia que o segmento de serviços é o grande impulsionador da economia capixaba e nacional. "Isso é muito baseado no fato de que, no segundo trimestre, as restrições da pandemia são suspensas, então as pessoas, de fato, voltam a circular e os serviços são ofertados de forma íntegra", explica.

Todos os segmentos da agropecuária registraram desempenho positivo de abril a junho. Comparado com o primeiro trimestre  deste ano, o crescimento foi de 2%, segundo resultado consecutivo e maior que o índice nacional, de 0,5%. Comparado com o mesmo período do ano passado, o avanço foi de 2,6%.

O que contribuiu para o resultado positivo foi o setor agrícola, nas produções de café, banana, cana-de-açúcar, pimenta-do-reino e tomate. A pecuária, no entanto, contraiu 1,1%, totalizando doze resultados negativos consecutivos na comparação com o ano passado.

Aspas de citação

O Espírito Santo possui uma base agropecuária muito diferente do Brasil, concentrada no café, então a gente tem resultados distintos.

Marília Silva
Economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria da Findes
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EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO APROFUNDA MAU DESEMPENHO DA INDÚSTRIA

O recuo de 4,5% na indústria capixaba do primeiro para o segundo trimestre deste ano diz respeito às variações negativas de 4,9% no setor extrativo e de transformação. Houve crescimento de 6,2% nas áreas de energia e saneamento e de 2,8% na construção.

O comparado com o ano passado também mostra uma queda. O recuo de 3,5% é o terceiro resultado negativo consecutivo. A maior contração foi a da indústria extrativa, com 11,9%. Esse setor registrou a vigésima queda consecutiva. Houve aumento de 14,5% na pelotização de minério de ferro, mas a redução de 30,6% na extração de petróleo e gás natural puxou o resultado negativo do Estado no setor extrativo para baixo. Já a queda na indústria de transformação (1,5%) no comparado anual, enquanto energia e saneamento avançaram 8,2% e construção 5,2%.

Na avaliação de Marília Silva, o desempenho do setor de petróleo e gás é ligado a questões estruturais do Estado. "Os campos capixabas são muito maduros, em um nível de produtividade avançada, em declínio, então, sem novos investimentos, isso é difícil de reverter", afirma. 

PERSPECTIVAS PARA O 3º TRIMESTRE

A economista avalia que os segmentos de agropecuária e serviços tendem a manter o resultado positivo no terceiro trimestre. Já o industrial depende de como o mercado externo vai se comportar.

"Em relação ao agro, de fato, neste ano, a tendência  é positiva para o café. As mudanças climáticas não afetaram tão grandemente a principal lavoura. Será um setor que seguirá a linha de crescimentos. Já no setor de serviços, a gente entende que o comércio está sofrendo uma acomodação em um nível mais alto e será impactado por medidas de sustentação de renda. Neste ano, tivemos uma sucessão de medidas que visam o aumento das demandas das famílias", afirma.

"A indústria está ligada às movimentações do mundo, fica um pouco difícil antecipar isso. A  metalurgia depende de como a China vai atuar, mas, olhando para o Espírito Santo como um todo, o que teria de expectativas positivas seria o mercado de trabalho. O Estado criou mais de 30 mil vagas de empregos formais. Quando olhamos os informais, todo mundo, a taxa de desemprego é melhor que a do Brasil", finaliza Marília. 

O que é o IAE-Findes

O Indicador de Atividade Econômica do Espírito Santo é uma estimativa divulgada a cada trimestre, com abertura por setores, da evolução do Produto Interno Bruno (PIB) capixaba. O objetivo é reproduzir os cálculos sobre a atividade econômica do Estado a partir de metodologias do IBGE para o PIB oficial do Estado. 

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