Pronto Socorro do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (HUCAM)
Pronto Socorro do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (HUCAM) . Crédito: Fábio Vicentini/Arquivo A Gazeta/Arte Geraldo Neto

Vídeo revela detalhes de como o assassinato de Milena Gottardi foi armado

Veja imagens e dados da investigação da morte da médica que resultaram na prisão e denúncia de seis pessoas que estão sendo julgadas pelo crime, dentre elas o ex-marido Hilário Frasson

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 24/08/2021 às 17h01
Atualizado em 24/08/2021 às 17h17

Foi no estacionamento do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Morais (Hucam) que a médica Milena Gottardi foi assassinada, em 14 de setembro de 2017. Nos dias que se seguiram, a Polícia Civil conseguiu identificar seis pessoas como participantes do crime. Entenda como isto aconteceu no vídeo:

O julgamento dos seis réus começou nesta segunda-feira (23) no Fórum Criminal de Vitória e deve durar por toda a semana.

A EXPECTATIVA DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO

O advogado Renan Sales, que atua como assistente de acusação, representando a família da vítima, assinala não haver dúvidas sobre a participação dos seis réus no crime. “Pelas provas produzidas durante toda a persecução penal, não há dúvidas de que os seis réus são, de fato, os responsáveis pelo feminicídio que vitimou a médica Milena Gottardi."

Observa ainda que a condenação trará um pouco de alento para família de Milena. “Servirá como medida pedagógica para desestimular outros crimes contra mulher, além de fazer justiça no caso concreto”.

Em relação ao julgamento, diz estar confiante na atuação dos jurados. “O Tribunal Popular do Júri de Vitória, por seus sete jurados, condenará todos, mesmo com todas as tentativas dos réus em levar esse julgamento para outra comarca”, diz, lembrando que a defesa dos réus tentou transferir o julgamento para outras comarcas do Estado.

Milena Gottardi
A médica Milena Gottardi foi assassinada em 14 de setembro de 2017. Crédito: Arquivo Família/Redes sociais

MPES: “PROVA ROBUSTA E COERENTE PARA CONDENAÇÃO”

A expectativa do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) é de que será feita justiça no júri popular dos seis acusados pelo assassinato da médica. “A sociedade de Vitória foi muito afetada com a morte de uma pessoa tão boa. Neste julgamento vai ser demonstrado a concretização do mal que foi praticado”, assinala o promotor Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos, um dos três que acompanham o caso.

Ele recorda que Milena era pediatra oncologista e que, com ela, morreu a esperança de várias famílias de crianças com câncer por ela tratadas. “É um impacto para além da família da vítima. A maldade que consta nos autos é de desacreditar qualquer pessoa, pelo menosprezo com a vida humana. A prova contra os réus está robusta e coerente para uma condenação e o MPES está confiante."

A DEFESA DOS RÉUS

O advogado Rodrigo Bandeira de Mello, que também faz a defesa de Hilário Frasson, pontuou que provas relevantes vão ser apresentadas ao Tribunal do Júri. “Compreendemos que esta certeza de condenação alegada pela acusação cabe somente a cada um dos jurados, após a averiguação de todos os fatos que serão mostrados durante o júri. Igualmente afirmou o Ministério Público, a defesa irá mostrar provas robustas e altamente relevantes para o caso”.

Destacou ainda que Hilario sofre com a separação das filhas. “Hilário, enquanto pai, está sofrendo alienação parental e o maior objetivo da vida dele é restaurar o relacionamento com as filhas. Respeitamos muito a dor da família da Milena e nos solidarizamos muito com ela."

Acrescentou ainda: “Esse fato é uma grande tragédia na vida de todos. Hilário amava e ama a Milena até hoje. As maiores dores na vida dele são a perda da Milena e do relacionamento com as filhas. Vamos aclarar todo o ocorrido no momento oportuno, durante o julgamento e perante o júri popular”, disse Mello.

Leonardo da Rocha de Souza, que faz a defesa de Bruno, informou que a expectativa será a sua absolvição. “Será o nosso grande desafio. Ele está muito angustiado e espero provar a sua inocência e que a Justiça seja feita em relação a ele”, destacou.

Rocha também faz a defesa de Dionathas, réu confesso, que quer prestar os esclarecimentos. “Espero que ele tenha tranquilidade para esclarecer todos os fatos”, pontuou Rocha.

Alexandre Lyra Trancoso, que realiza a defesa de Valcir, assinala que ele não participou do crime. “Queremos reverter a situação. Entendemos que ele não atuou como intermediário do crime”, assinalou.

Os advogados Davi Pascoal Miranda e David Marlon Oliveira Passos, que fazem as defesas de Esperidião e Hermenegildo, respectivamente, não foram localizados. Assim que a reportagem conseguir o contato, esta matéria será atualizada com as informações deles.

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