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Vermífugo funciona na prevenção ao coronavírus? Médica responde

Vermífugo funciona na prevenção ao coronavírus? Médica responde

A médica pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, a capixaba Margareth Dalcolmo, falou sobre o tema nesta quarta-feira (17) em entrevista à TV Gazeta

Publicado em 17 de junho de 2020 às 12:05

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Pneumologista Margareth Dalcolmo
Pneumologista Margareth Dalcolmo. (Divulgação)

Em meio à pandemia do novo coronavírus, muitas pessoas estão procurando alternativas, além dos cuidados recomendados pelas autoridades e entidades médicas, para se prevenirem e tratarem a doença. Por isso, muitos medicamentos têm ganhado destaque.

Um desses medicamentos é a Ivermectina, um vermífugo para tratar piolho e vermes, que tem sido difundido na internet como uma medicação que pode reforçar a imunidade contra a doença. Mas o que dizem os especialistas sobre os testes e o que se sabe sobre este remédio até o momento?

Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, a médica pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, afirma que a Ivermectina revelou uma ação antiviral (classe de medicamentos usada especificamente para tratar infecções por vírus) em poucos estudos. No entanto, destaca que isso foi constatado nos testes chamados in vitro.

“A Ivermectina é um vermífugo, é um remédio utilizado para tratar piolho, vermes, que foi testado in vitro e revelou em poucos estudos alguma ação antiviral in vitro. In vitro é uma coisa, em pessoas, é outra coisa”, disse.

O QUE É TESTE IN VITRO

O teste in vitro se trata de uma fase muito preliminar de pesquisa, que ainda acontece em ambientes controlados e fechados de um laboratório, em tubos de ensaio. Os resultados do teste in vitro não garantem a eficácia em seres humanos. Trata-se da primeira etapa de uma série de outras que precisam ser feitas até que o medicamente chegue a ser testado em seres humanos.

É bastante comum que substâncias funcionem in vitro e não tenham qualquer efeito em ratos (que fazem parte da testagem) e, por fim, em seres humanos. Importante frisar que, mesmo quando se chega aos humanos, a testagem não para, afinal, um organismo é diferente do outro. Para que o remédio seja autorizado, tem de ficar provada sua eficácia e tem de estar claro quais são os seus riscos.

Um exemplo claro dessa diferença é a tão falada hidroxicloroquina. In vitro, no laboratório, chegou a matar 95% do vírus causador da Covid-19, mas acabou não se mostrando assim tão eficaz quando administrada em seres humanos. Nessa quarta-feira (17), a Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu suspender os ensaios clínicos do medicamento contra o coronavírus. Segundo a entidade, as evidências científicas apontam que a substância não reduz a mortalidade em pacientes internados com a doença.

NECESSIDADE DE ESTUDOS

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Por isso, Margareth Dalcolmo reforça a necessidade de se aguardar trabalhos mais consistentes que possam garantir a eficácia desses medicamentos. “Então, não há nenhum trabalho consistente, até o momento, que possa autorizar ou defender a prescrição de um medicamento que não teve nenhuma demonstração clínica de eficácia para tratar Covid-19”, completou. 

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