E se fosse possível racionalizar a busca pelo relacionamento dos sonhos? Uma pesquisa publicada em junho deste ano pela revista científica norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS) parece ter tentado chegar perto disso. Os pesquisadores que conduziram o estudo identificaram, a partir do uso de inteligência artificial, fatores que poderiam prever a qualidade e o sucesso dos relacionamentos amorosos.
Um campo do conhecimento científico chamado de "ciência do relacionamento", que une as áreas da psicologia, sociologia, economia, estudos familiares e comunicação encontrou centenas de variáveis que supostamente moldam a qualidade do relacionamento romântico. A pesquisa em destaque analisou 11.196 casais para chegar ao resultado encontrado.
O que ficou constatado é que os julgamentos que as pessoas têm acerca do próprio relacionamento, representados por meio do quão satisfeitos e comprometidos percebem seus parceiros, e o nível de gratidão que sentem por eles, significa aproximadamente 45% do quanto estão felizes na relação. Já, de forma surpreendente, os julgamentos a respeito do parceiro, como a personalidade, por exemplo, não adicionaram informações relevantes ao estudo.
A intenção da pesquisa foi justamente explicar porque alguns relacionamentos amorosos prosperam mais do que outros. O projeto se utilizou de algoritmos para quantificar até que ponto a qualidade do relacionamento é previsível e identificar quais questões preveem, de forma confiável, o sucesso das relações amorosas.
Em 43 conjuntos de dados de 29 laboratórios, os principais aspectos específicos para medir a qualidade do relacionamento foram o comprometimento percebido do parceiro, a apreciação, a satisfação sexual, a satisfação percebida do parceiro e o teor de conflito. Apesar disso, diferenças entre os indivíduos em relação à satisfação com a vida, ao afeto negativo, à depressão, ao desapego e à ansiedade também contam para a felicidade da vida conjugal, representando 21% da satisfação no relacionamento. De forma geral, o estudo concluiu que os efeitos das diferenças individuais podem ser muito pequenos.
Apesar de tudo o que foi traçado, não é possível afirmar que um relacionamento feliz possa durar, de fato. Outro ponto curioso que pode ser extraído da pesquisa norte-americana é que a mudança na qualidade do relacionamento ao longo do tempo é amplamente imprevisível, independente de qualquer combinação de variáveis observadas.
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