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Quase 200 quilos de "caramujo africano" são recolhidos em Itapemirim

Quase 200 quilos de "caramujo africano" são recolhidos em Itapemirim

Ação de coleta do chamado "caramujo africano" acontece principalmente nas áreas de restinga na orla do município. Mutirão se estende até a próxima quinta-feira (25)

Publicado em 22 de junho de 2021 às 19:30

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Caramujos africanos são recolhidos em Itapemirim
Caramujos africanos são recolhidos em Itapemirim. (Divulgação/PMI)

Um mutirão de coleta e combate ao chamado "caramujo africano" — que na verdade é um caracol, pois é terrestre  — recolheu 190 quilos do molusco em Itapemirim, Litoral Sul do Espírito Santo, nesta semana. A ação foi feita por equipes da prefeitura com o apoio de militares da Marinha do Brasil. A força-tarefa se estende até quinta-feira (25).

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Lindenberg Lopes Areias Neto, a intenção da coleta manual do caramujo é o controle e erradicação de pragas no município, uma vez que esses animais se proliferam com muita rapidez e por ser hospedeiro de espécies de vermes, pode provocar doenças aos humanos.

“Toda vez que chove, esse animal se multiplica com muita rapidez. Essa ação é um ato continuo, que acontece durante todo o ano, para conter a proliferação do caramujo. Neste mutirão, o caramujo se restabeleceu na área de restinga, por conta da umidade. A coleta é feita pela manhã e a tarde quando eles saem para se alimentar”, explicou o secretário.

Caramujos africanos são recolhidos em Itapemirim
Caramujos africanos são recolhidos em Itapemirim. (Divulgação/PMI)

Participam da ação equipes da Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, técnicos da Secretaria de Turismo e fuzileiros navais da Marinha do Brasil.

Os animais recolhidos são descartados em um aterro sanitário em Itaipava. Depois de incinerados ao final de cada dia, são enterrados com cal e o local é fechado. 

QUE ANIMAL É ESTE?

O biólogo Daniel Motta, mestrando em Biologia Animal pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), explicou que a espécie, cujo nome científico é Achatina fulica, é chamada popularmente de 'caramujo gigante africano', embora não seja um caramujo, mas sim um caracol.

O molusco entrou de forma ilegal no país. "Ele foi introduzido ilegalmente no Brasil na década de 80, como opção ao francês escargot, considerado por alguns uma iguaria culinária, mas não obteve sucesso, então os criadouros foram abandonados e os animais foram descartados de forma equivocada na natureza", contou.

Sobre o impacto que o caracol traz ao ambiente, Motta afirmou que a espécie se reproduz sem controle. "É um animal exótico invasor, ou seja, está fora do seu habitat original e se prolifera descontroladamente, sendo uma ameaça ao ecossistema. Eles são hermafroditas, tendo dois aparelhos reprodutores funcionais e produzindo os dois gametas no mesmo corpo. Desse modo, se havia mil deles em um local e 999 são eliminados, sobrando apenas um, ainda assim eles conseguem repovoar", acrescentou.

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