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Profissionais de saúde negros e mulheres foram os mais expostos à Covid-19

Profissionais de saúde negros e mulheres foram os mais expostos à Covid-19

Os exames já finalizados mostraram que negros e mulheres são os que mais estiveram expostos ao vírus trabalhando em hospitais, apresentando anticorpos. Novos testes devem ser feitos e analisados nos próximos dias.

Publicado em 4 de setembro de 2020 às 16:30

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Oportunidades para médicos
Profissionais negros e mulheres são os mais expostos ao coronavírus. (Pixabay)

Com objetivo de entender como a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) tem se desenvolvido entre os trabalhadores da saúde em hospitais estaduais do Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizou um censo sorológico hospitalar no mês de agosto e apresentou os dados nesta sexta-feira (04), através de coletiva de imprensa. 

Os exames já finalizados mostraram que negros e mulheres são os que mais estiveram expostos ao vírus, apresentando anticorpos. Novos testes devem ser feitos e analisados nas próximas semanas.

De acordo com subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, todos os profissionais da rede de saúde dos hospitais da Sesa tiveram o sangue coletado. Ao todo, Reblin afirma que foram em torno de 10 mil coletas realizadas. Desse total,  6.139 exames já foram finalizados e ainda faltam cerca de 4 mil para serem concluídos. 

"Ainda vamos concluir uma série de análises com diferentes especialistas para que a gente compreenda quantos dos trabalhadores dos nossos hospitais já tiveram contato com o vírus, quantos têm imunidade, quantos deles fizeram o PCR lá no início e permanecem com imunidade ou quantos permanecem com os níveis de anticorpos. Esses exames foram feitos em agosto. Dos  6.139 testes concluídos, tivemos 1.582 pessoas reagentes - número que representa 26%, e 4.557 não reagentes, sem anticorpos - dado que representa 74% dos profissionais", disse. 

FAIXA ETÁRIA: DE 30 A 49 ANOS

Sobre a faixa etária, Reblin alertou sobre um grupo que apresentou mais casos de reagentes: os profissionais com idades entre 30 e 49 anos. Entre os profissionais com idades entre 30 a 39 anos, são cerca de 1.400 deles com anticorpos. Já entre os trabalhadores da saúde com idades entre de 40 a 49 anos, são cerca de 1.200 reagentes. 

NEGROS E MULHERES SÃO OS MAIS EXPOSTOS

As mulheres também fazem parte do perfil de pessoas mais expostas. Foram 3.179 profissionais do gênero feminino não reagentes e 1.196 reagentes. Enquanto entre os homens foram 1.377 não reagentes e 386 reagentes. 

Já quando há um recorte de raça e cor, os negros aparecem como os mais expostos. Foram 1.446 pardos e pretos autodeclarados não reagentes e 499 reagentes. Entre os autodeclarados brancos, foram 1.224 não reagentes e 394 reagentes. Dos autodeclarados amarelos 721 não apresentaram anticorpos, enquanto 300 foram positivo. Entre os indígenas, houve um caso não reagente e um caso reagente. 

"Em relação a faixa etária, tivemos alguns grupos que podemos perceber, entre 40 a 49 anos, com um nível de anticorpos mais destacado. No gênero é importante destacar os homens com a maior queda de anticorpos que as mulheres. A intenção da Secretaria de Saúde é analisar esse primeiro levantamento, mas há muitas variáveis para serem estudadas", afirmou o gerente estadual de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso.

De acordo com a Sesa, as próximas etapas são: concluir as análises dos exames realizados, comparar resultados sorológicos com os exames RT-PCR já realizados e configurar inquérito sorológico com material e resultados existentes. 

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