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O que é um Chester? Descubra o mistério por trás do prato de Natal

O que é um Chester? Descubra o mistério por trás do prato de Natal

Esse alimento só começa aparecer nas prateleiras dos supermercados no fim do ano, o tamanho diferenciado garante que vai servir toda a família. Mas, afinal,  você sabe que espécie de ave é um Chester?

Publicado em 22 de dezembro de 2021 às 11:12

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Enquanto um frango comum é formado por 40% de coxa e peito, um Chester tem 70%
Enquanto um frango comum é formado por 40% de coxa e peito, um Chester tem 70%. (Istock )

A festa de Natal é o momento de um prato tradicional na mesa de muitos brasileiros brilhar: o Chester. Ele só começa a aparecer nas prateleiras dos supermercados no fim do ano, o tamanho diferenciado garante que vai servir toda a família. Mas, afinal, o que é um Chester? Onde vivem? De que se alimentam? A resposta não é tão misteriosa assim.

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    O Chester é um frango, mas não um frango qualquer. Ele passa por uma seleção genética e um maior tempo de criação que garante o seu tamanho diferenciado.

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A genética é o primeiro segredo para um frango comum se “tornar” um Chester, como explica o veterinário da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), Tarcísio Simões.

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É a mesma espécie de frango convencional, mas Chester tem uma genética diferente que faz com que tenha mais concentração de carne no peito e nas coxas

Tarcísio Simões
Veterinário da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi)
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Imagens divulgadas pela companhias de alimentos BRF, mostra um frango
Imagens divulgadas pela companhias de alimentos BRF, mostra um frango "Chester". (Divulgação/BRF)

Enquanto um frango comum é formado por 40% de coxa e peito, um Chester tem 70%. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Elsio Figueiredo, explica que a seleção de linhagens é o que influencia na diferença entre os dois.

Existem genes responsáveis, por exemplo, pela produção de ovos, pela capacidade de crescimento, e pela alta quantidade de carne. O segredo é escolher bem, afirma o pesquisador.

CHESTER NÃO É UM FRANGO TRANSGÊNICO

Elsio Figueiredo esclarece que o frango não passa por nenhuma modificação genética, portanto, não se trata de um alimento transgênico. Os genes são naturais das aves, mas selecionados por computador.

“Um frango comum vai ter todos os genes. Já um Chester vai passar por seleção genética computadorizada. Isso não quer dizer uma modificação, apenas que são escolhidos o pai e a mãe daquela ave para garantir que eles tenham um gene que proporcione um tamanho de peito e uma estrutura óssea maior e ideal para esse tipo de corte”, afirma o pesquisador.

O segundo segredo é a alimentação e a criação dos animais. Os frangos precisam ter uma alimentação balanceada para cada fase da vida, que garanta as vitaminas, os nutrientes e a energia necessária para um crescimento saudável.

“Todo o crescimento é com base na ração, sem nenhum hormônio. E é preciso saber balancear bem todos os nutrientes, um frango que não cresce o suficiente não pode ser vendido como Chester, mas não é interessante que a ave engorde muito e se torne obesa”, esclarece.

O tempo de criação também muda. O Chester tem uma maior idade de abate, o que faz com que ele tenha mais tempo para crescer e engordar.

“Enquanto um frango comum é abatido em média com 30 dias, um Chester normalmente tem o abate entre 50 e 60 dias. Podendo variar alguns dias a depender do crescimento, se já está dentro do padrão do que é comercializado”, afirma Elsio Figueiredo.

CHESTER, FIESTA, SUPREME: QUAL A DIFERENÇA?

A diferença é só no nome, explica o pesquisador da Embrapa. Algumas marcas patentearam os nomes, só elas podem usá-lo, por isso a solução das outras empresas é criar outro nome para o mesmo produto.

A nomenclatura “Chester”, por exemplo, vem da palavra inglesa “chest”, que significa peito. Pertence à marca Perdigão, que foi a criadora da ave natalina em 1979, para competir com o peru de Natal de outras marcas.

VOCÊ JÁ COMEU UM OVO DE CHESTER?

Os ovos que são comercializados não estão fecundados, por isso não produziriam pintos.
Os ovos que são comercializados não estão fecundados, por isso não produziriam pintos. (Freepik)

É muito provável que você nunca vá comer um ovo de Chester. O pesquisador da Embrapa explica que eles não são comercializados porque os ovos já estão fecundados, portanto, serão chocados para que novos pintinhos possam nascer.

“O Chester é uma linha de corte, então os ovos que são botados pela galinhas vão para incubadoras virar pintinhos. Os ovos que nós consumimos e vemos nas prateleiras dos supermercados são de linhas de galinhas poedeiras, que estão sem embrião”, explica.

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