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Publicado em 20 de janeiro de 2021 às 17:29
- Atualizado há 5 anos
O cotidiano de grandes navios carregados com milhares de contêineres e granéis saiu de cena na manhã desta quarta-feira (20), no Porto de Vitória. Por volta das 8h30, ao invés dos imponentes cargueiros, a embarcação que atracou na capital capixaba foi o Navio-Veleiro Cisne Branco (U-20), da Marinha do Brasil. >
A chegada pelas águas calmas da Baía de Vitória atraiu olhares em direção ao mar de quem passava pela região do Centro e também no trecho restante da orla próxima ao local de atracação. Imponente e visualmente chamativa, a embarcação tem cerca de 46 metros de altura no mastro grande.>
Segundo o capitão-tenente Nicácio, o veleiro permanece atracado em Vitória até a próxima segunda-feira (25). A vinda ao Estado é parte do treinamento de aspirantes da armada e também faz parte de uma operação que está em curso pela Marinha do Brasil.>
"A escolha pelo Porto de Vitória se deu por conta da excelente cultura náutica existente na cidade, além de uma logística facilitadora para a embarcação. Como estamos com 78 pessoas a bordo, sendo 24 delas de tripulantes em instrução, eles estão sendo submetidos a exercícios náuticos necessários à formação marinheira, visto que a operação deste veleiro é feita à 'moda antiga', na qual o marinheiro aprende a navegar sem o auxílio das tecnologias de navegação atuais, embora o Cisne Branco disponha delas. Esta ação é parte da Operação Aspirantex da Marinha", detalhou o capitão-tenente. >
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Pertencente à Marinha, o veleiro exerce funções diplomáticas e de relações públicas, representando o Brasil em eventos náuticos nacionais e internacionais, além de ajudar na divulgação da mentalidade marítima à população e também de preservação das tradições navais.>
Diferentemente das vezes anteriores em que esteve em águas capixabas, o Navio Veleiro não poderá receber a visita da população de Vitória e demais cidades. Devido à pandemia do novo coronavírus, a embarcação estará fechada ao público externo para evitar a transmissão da doença.>
"Infelizmente não poderemos receber as pessoas desta vez. Esta prática teve de ser adotada desde que a pandemia começou e se faz necessária para o momento. Nos entristece, pois a receptividade e o apreço dos capixabas pela cultura náutica são gratificantes", complementou o capitão-tenente. >
As 78 pessoas embarcadas foram todas previamente testadas antes do Cisne Branco prosseguir para o Espírito Santo. >
Cisne Branco é o nome do hino da Marinha do Brasil, a canção do marinheiro. A letra faz uma analogia entre a beleza e graça de um cisne.>
De acordo com a Marinha do Brasil, a história da embarcação se entrelaça com a do país. Ela construída na Holanda, em 1998, e lançada ao mar em março de 2000, em Lisboa, quando fez a primeira viagem percorrendo a “Rota do Descobrimento”, a mesma feita por Pedro Alvares Cabral, de Portugal ao Brasil, em comemoração aos 500 anos do Descobrimento. Por dentro e por fora, o navio possui uma importante carga histórica, uma espécie de museu vivo, que navega levando por onde passa, a história do Brasil.>
Navio veleiro Cisne Branco atraca na Baía de Vitória
O veleiro de 76 metros de comprimento é a terceira embarcação e o segundo veleiro a ostentar esse nome na Armada Brasileira, em homenagem ao Hino da Marinha Brasileira, com esse título. Em heráldica - ciência e arte em descrever brasões de armadas ou escudos, a figura do cisne significa uma feliz travessia e um bom augúrio (profecia feita por sacerdotes romanos a partir do canto e voo das aves). >
O primeiro Cisne Branco foi um veleiro feito em madeira. Com dois mastros, era tripulado por vinte homens. Realizou apenas uma viagem de instrução com Guardas-Marinha, em 1979. O segundo foi construído já em alumínio e realizou viagens de instrução com Guardas-Marinha, entre 1980 e 1986, quando passou à Escola Naval Instalada na Ilha de Villegagnon, no Rio de Janeiro para servir como veleiro de instrução. >
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