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Morre mulher que abraçou filho para salvá-lo de incêndio em Vitória

Morre mulher que abraçou filho para salvá-lo de incêndio em Vitória

Ariadne de Souza, de 40 anos, estava internada desde o dia 14 de julho, quando a casa dela pegou fogo; o filho dela, de três anos, teve apenas ferimentos leves

Júlia Afonso

Repórter / [email protected]

Publicado em 22 de julho de 2022 às 15:34

Casa de moradora foi destruída por incêndio em Vitória.
Casa de moradora foi destruída por incêndio em Vitória Crédito: Fabrício Christ

mulher que usou o próprio corpo para proteger o filho de três anos em um incêndio em Nova Palestina, Vitória, não resistiu aos ferimentos e morreu. A informação foi passada pelo hospital a familiares e amigos de Ariadne de Souza, de 40 anos, na noite dessa quinta-feira (21). A vítima estava internada desde o dia do incidente, que aconteceu em 14 de julho.

"Ela inalou muita fumaça e o fogo foi muito forte, queimou tudo por dentro. Eles tinham a intubado para poder desintoxicar da fumaça. Ela tinha dado uma melhorada, mas, quando foi ontem (quinta-feira) de noite, ela piorou e não teve como segurar", relatou o churrasqueiro Simão Siqueira, de 48 anos, compadre e vizinho de Ariadne.

Além de Ariadne, o filhinho dela e outra mulher ficaram feridos depois que a casa em que estavam pegou fogo. Tudo ficou destruído: só sobraram algumas peças de roupas que estavam estendidas no varal. Na ocasião, vizinhos ouviram os gritos e foram ajudar.

"Eu que quebrei a porta e a tirei lá de dentro. Ela colocou o filho na frente e o abraçou para proteger, tanto que ele quase não foi afetado, só teve um ferimento de leve na testa e na orelha. Ela salvou o filho"

Simão Siqueira

Churrasqueiro de 48 anos

Simão afirmou que cuidou do menino enquanto a mãe estava no hospital. "Durante a noite, às vezes ele acordava e perguntava pela mãe. A família dela não é daqui e está tentando ajuda para levar o corpo. O pai do menino é de Minas Gerais. Ele está vindo para resolver a situação da criança, pois o Conselho Tutelar esteve aqui hoje e levou a criança", declarou.

Procurado pela reportagem, o colegiado do Conselho Tutelar de Maruípe disse que foi informado pelo hospital do óbito da genitora. "Quando a criança não está sob cuidados do familiar paterno ou materno, e se não tiver nenhum documento legal, essa criança está em uma situação irregular", explicou a instituição.

De acordo com o Conselho, o pai do menino foi informado da situação e está a caminho de Vitória para buscá-lo. Além do garoto de três anos, Ariadne teve outros 12 filhos, segundo o relatório do colegiado.

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