Publicado em 21 de agosto de 2020 às 10:12
Um estudo realizado recentemente pela conceituada pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, revelou que as crianças podem carregar uma alta carga viral da Covid-19 e podem ser mais contagiosas do que os adultos. O infectologista Lauro Ferreira Pinto comentou, diante desse cenário, sobre o contágio da doença em entrevista concedida ao programa Bom Dia ES, da TV Gazeta. >
Na visão do especialista em Infectologia, este quadro pode representar uma necessidade de se discutir ainda mais o retorno às atividades escolares presenciais, visto que demandaria atenção especial aos protocolos sanitários, assim evitando que esse potencial transmissor indicado pelo estudo nas crianças venha a se manifestar, gerando uma nova onda de contágio.>
"Tem que ter cuidado com criança. Penso que entra, inclusive, no debate de voltarem às escolas. Mantê-las longe dos colégios é, sim, um problema, provoca prejuízos E é uma situação que uma hora terá de ser resolvida, mas não deixa de ser uma discussão complexa. Quando as aulas retornarem terão de redobrar os cuidados com o controle de transmissão porque elas representam um risco muito grande aos adultos", salienta o médico.>
Apesar de o estudo ter sido revelado há poucas semanas, para o infectologista o mesmo não trouxe tanta novidade, pois já existiam indicações de que as crianças poderiam sim possuir uma elevada carga do vírus da Covid-19.>
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"Esse estudo saiu publicado agora, mas não chega a abordar algo novo. Um estudo semelhante já foi publicado pelo Jornal da Sociedade Médica Americana. Mas sempre se pensou que as crianças tivessem menos receptores do nariz, o que seria uma possibilidade de se infectarem menos. Mas este estudo acompanhou um número não muito grande de crianças, cerca de 48, porém é o maior relacionado a elas. O resultado mostrou que mesmo crianças de pouca idade, sem sintomas como corrimento nasal ou alergia, apresentavam uma carga viral nos dois primeiros anos muito maior que adultos", detalhou. >
Apesar dos resultados até certo ponto surpreendentes, o infectologista e a Medicina ainda não conseguem explicar por que mesmo com essa carga viral tão alta as crianças não desenvolvem tanto a doença, mas o estudo indica que não basta rastrear a criança apenas com base em sintomas leves como a febre, por exemplo.>
Lauro Ferreira salienta que é necessário o distanciamento e o uso de máscaras em crianças a partir dos dois anos. Caso o contato seja inevitável, o aconselhável é manter uma distância mínima, evitar respirar próximo dos pequenos, evitar abraços e outras formas de aproximação física que possibilitem mais riscos de contágio.>
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