Atuando como secretário executivo da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo há mais de dois anos, o capixaba Haroldo Corrêa Rocha deixou o cargo e recebeu, na manhã desta segunda-feira (7), uma homenagem no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, comandado por João Dória (PSDB).
No ato simbólico, ele recebeu a Ordem de Mérito MMDC do Núcleo Caetano de Campos, a maior honraria concedida pela pasta, devido aos "relevantes serviços prestados". A pessoas próximas, ele descreveu a ocasião como um "ato de generosidade" e um "momento de despedida muito emocionante".
Em sua apresentação no governo paulista, em janeiro de 2019, o economista teve destacada a gestão feita no Espírito Santo, quando o Estado obteve o melhor nível de aprendizagem do ensino médio no Índice da Educação Básica (Ideb) de 2017, de todo o país. A exoneração do cargo aconteceu na segunda-feira passada, dia 31 de maio.
Haroldo contou que ao final do ciclo no governo capixaba, ele recebeu convite de três outros estados: Minas Gerais, Goiás e Paraná. "Escolhi São Paulo por ser a maior rede de ensino público das Américas, com 3,5 milhões de alunos e 5.100 escolas", explicou.
Entre as melhorias implementadas, o economista destacou duas que já eram utilizadas em território capixaba. "Em um terço das horas contratuais, o professor não trabalha diretamente com o aluno. Definimos três dias por semana e eles passaram a cumprir essa carga juntos, nas escolas, potencializando a formação."
A segunda medida diz respeito à forma como é feita a seleção dos professores temporários (DTs). "Antes, abria um processo e cerca de 200 mil candidatos levavam um envelope com os documentos, que eram analisados manualmente. Agora, é tudo feito por meio de um sistema eletrônico", ressaltou.
Além dessas medidas, ele citou outras três instauradas ao longo desses dois anos e quatro meses na secretaria paulista:
Porém, no início deste ano, Haroldo Corrêa Rocha recebeu uma proposta que o permitirá atuar de maneira mais focada junto ao que ele acredita ser o principal desafio da educação pública brasileira atual: implementar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que passa pela formação dos professores.
De acordo com o economista, a instituição privada só trabalha com as redes públicas de ensino e apoia São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. "Devemos começar também no Rio Grande do Sul, Sergipe e Alagoas", adiantou. "Estou voltando para a educação pública, mas com um foco mais definido", completou.
O trabalho como coordenador geral começou na última terça-feira (1). O Profissão Docente é uma organização mantida por cinco instituições que se juntaram para desenvolver uma ação maior. São elas: Instituto Península, Instituto Unibanco, Instituto Natura, Fundação Lemann e Fundação Itaú Social.
Formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o capixaba Haroldo Corrêa Rocha assumiu o cargo em São Paulo cerca de um mês depois de deixar a liderança da Secretaria de Educação do Espírito Santo (Sedu), no final do mandato do governador Paulo Hartung, em dezembro de 2018.
Aquela era a segunda passagem dele pela pasta: entre os anos de 2007 e 2020, ele ocupou o mesmo cargo, também sob o mandato de Hartung. Além disso, ele já foi técnico do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), secretário de planejamento de Vitória e professor e pró-reitor de administração da Ufes.
Durante a segunda passagem pela Sedu-ES, em junho de 2018, Haroldo chegou a ser convidado para ser secretário executivo do Ministério da Educação (MEC), no governo de Michel Temer, pelo então ministro Rossieli Soares da Silva. Porém, a mudança para secretário nacional de ensino superior o fez recursar a proposta. Já em janeiro de 2019, Haroldo assumiu o cargo de secretário executivo da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, no qual esteve até maio deste ano.
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