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Governo do ES define estratégias para um possível lockdown

Governo do ES define estratégias para um possível lockdown

Base de dados da matriz de risco, que classifica municípios de acordo com o risco de contaminação pelo vírus, será fundamental para direcionar as decisões do governo

Publicado em 26 de maio de 2020 às 23:17

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Governo do Estado está definindo o planejamento caso seja necessário decretar lockdown - bloqueio total das atividades - em municípios capixabas. Após mais um dia de aumento na ocupação dos leitos de UTI destinados aos pacientes de Covid-19, as estratégias já são debatidas, inclusive com setores produtivos da sociedade, para que a disseminação do coronavírus seja minimizada no Espírito Santo. A medida, no entanto, só será tomada com base científica, ou seja, dependerá dos resultados apontados pela matriz de risco estadual

Nova matriz do Espírito Santo tem 11 municípios classificados como risco alto de transmissão da Covid-19
Nova matriz do Espírito Santo tem 11 municípios classificados como risco alto de transmissão da Covid-19. (Divulgação/Governo do ES)

“Lockdown não é uma decisão política, por isso não podemos afirmar que o Estado passará por isso. Não há nenhum município no Espírito Santo, hoje, classificado com risco extremo. Porém, se algum deles chegar, teremos que tomar providências mais rígidas em relação à circulação de pessoas e atividades econômicas”, afirmou Tyago Hoffman, Secretário de Estado.

Instrumento fundamental para direcionar as decisões do governo, a matriz de risco classifica as cidades de acordo com o grau de risco de contaminação pelo coronavírus: risco baixo, moderado, alto e extremo. Para chegar aos dados, são considerados um conjunto de elementos, entre eles a taxa de circulação de pessoas, percentual de idosos, índice de habitantes infectados, e a ocupação de leitos existentes no combate à Covid-19. O cálculo matemático é utilizado em outros Estados brasileiros e tem a orientação do Ministério da Saúde.

Na última classificação, que está valendo desde o dia 24, seis municípios da Grande Vitória estão em risco alto. Outros cinco entram nessa classificação, chegando ao total de 11, que só terão lockdown se chegarem ao nível extremo. A cada semana os cálculos da matriz são refeitos e a classificação é alterada. Assim, se houver bloqueio total, a medida terá duração de pelo menos uma semana.

“Existem medidas, que serão adotadas em cada município de acordo com a classificação de risco. Estamos detalhando as medidas do risco extremo, assim como fizemos para o risco alto, que são as adotadas na Capital, por exemplo. Não tem objetivo de alarmar, não temos data ou período de duração, mas não está descartado”, explicou Hoffman.

O decreto de fechamento total deve ter restrições mais duras de pessoas. Por exemplo, será necessário ter autorização para circular.  Também serão definidos quais tipos de setores econômicos funcionarão e em que dias.   O secretário disse que o planejamento dessas medidas do governo precisam ser pactuadas com o setor produtivo e demais setores da sociedade.

 “Por isso é normal que existam conversas para mostrar o que está sendo imaginado e ouvir dos setores da sociedade sugestões para que o modelo seja aperfeiçoado”, detalhou. Esse diálogo já havia sido publicado, inclusive, pela Coluna Vitor Vogas, de A Gazeta.

60 NOVOS LEITOS

Um dos pesos nos cálculos da matriz é a taxa de ocupação de leitos hospitalares por pacientes com a forma mais grave da Covid-19. Atualmente ela flutua entre os 80% de ocupação dos leitos de UTI e enfermaria destinados aos pacientes com a doença. Se a taxa estadual chegar a 90%, provocará uma reação em cadeia da classificação dos municípios, quando muitos chegarão ao risco extremo.

 “Para não chegarmos a esse índice, há a necessidade do isolamento social, pois com 90% de ocupação possivelmente chegamos ao risco extremo nos municípios que estão no risco alto. Queremos evitar isso”, afirmou Tyago Hoffman.

Novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com respirador no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra.
Novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com respirador no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra. . (Reprodução/TV)

O esforço do governo vem sendo direcionado em abrir leitos para diminuir a taxa de ocupação e, consequentemente, dar margem de respiro ao sistema de saúde, evitando assim a necessidade de novas normas de fechamento. Na segunda-feira (25), um carregamento com 60 respiradores, comprados da Itália pelo Governo Estadual, passou a ser testado e instalado no Hospital Jayme dos Santos, na Serra, referência no tratamento em Covid-19.  Desse modo, serão novos 60 leitos disponíveis até a próxima sexta-feira (29).

“Isso tem que se  somar a uma disciplina da sociedade. A matriz é o que vai indicar se devemos entrar com o lockdown e será ela que vai indicar se devemos sair, então o resto é por enquanto especulação. O governo não abre de mão de tomar medidas com base na matriz de risco”, reforço o secretário.

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