Publicado em 6 de maio de 2022 às 16:02
Um tipo de conjuntivite considerado raro, mas que pode ser grave e prevenido com o simples uso de preservativo. Essa é a chamada conjuntivite gonocócica, que é causada por uma infecção sexualmente transmissível (IST), a gonorréia, e pode ser dividida em duas formas: uma que atinge recém-nascidos e a outra adultos. Ela pode causar até a cegueira.
No caso dos bebês, ela ocorre quando a mãe está contaminada e é feito o parto normal. Em até 48h após o nascimento vai haver secreções nos olhos. Em relação ao adulto, pode acontecer a partir do contato de secreções genitais com os olhos. Após 12h ou 24h, os olhos ficam vermelhos, há muita secreção purulenta e os olhos ficam muito inchados.
Segundo o professor de oftalmologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Thiago Cabral, normalmente, o paciente precisa ficar internado para receber o tratamento a partir de colírio e antibióticos.
“Não é um tratamento que ocorre apenas com colírio. Geralmente, o paciente precisa internar e aplicar antibiótico pela boca ou até mesmo o uso sistêmico pela veia, porque eles conseguem chegar mais rapidamente aos sistemas oculares”, explica.
A principal diferença entre esse tipo de conjuntivite e a que vemos normalmente é que a gonocócica é mais severa e causa mais dor. Nela, o microrganismo consegue perfurar o olho rapidamente, em 48h, o que pode levar à cegueira, se não tratada corretamente.
“A gonocócica é muito mais severa, mais dolorosa, mais intensa, com muito mais secreção e tem a capacidade de perfurar o olho muito rapidamente. É uma das principais causas de cegueira pela inflamação da córnea da conjuntiva”, apontou Cabral, que também é pesquisador associado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
A conjuntivite gonocócica tem de 1% a 24% de todas as causas de conjuntivite em todo o mundo, de acordo com Cabral. “Este índice depende do desenvolvimento socioeconômico de cada local, o acesso a rede médica e de pré-natal adequados”, disse.
Para a prevenção, a orientação dada pelo especialista é o uso de camisinha e o acompanhamento com médico urologista e ginecologista. Além disso, as consultas pré-natal também são importantes para evitar o contágio do bebê. Isso porque a gonorreia na mulher, muitas vezes, é assintomática.
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