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Gêmeas fazem campanha para salvar árvore em terreno de motel demolido em Itapuã

Gêmeas fazem campanha para salvar árvore em terreno de motel demolido em Itapuã

Juntas, Ana Carolina e Maria Fernanda, de 17 anos, começaram a se movimentar nas redes sociais para pedir que a Prefeitura de Vila Velha não derrube a árvore no espaço desapropriado para a construção de uma rua que servirá de acesso à orla

Publicado em 8 de outubro de 2020 às 09:23

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Gêmeas fazem campanha para salvar árvore que fica em terreno em que funcionava o Chalé Motel
Gêmeas fazem campanha para salvar árvore que fica em terreno em que funcionava o Chalé Motel. (Arquivo pessoal)
Gêmeas fazem campanha para salvar árvore em terreno de motel demolido em Itapuã

Desde que se deu início a demolição do antigo Chalé Motel, em Itapuã, Vila Velha, a história de uma árvore que fica no terreno em que funcionava o estabelecimento tem comovido duas irmãs gêmeas que moram no bairro.

Juntas, Ana Carolina e Maria Fernanda de Souza Fernandes Albuquerque, de 17 anos, começaram a se movimentar nas redes sociais para pedir que a Prefeitura de Vila Velha não derrube a árvore no espaço, onde será construída uma rua que servirá de acesso à orla.

"Estamos aqui em Vila Velha, no terreno do antigo Chalé Motel, na tentativa de salvar essa árvore. Queremos o compromisso de que essa árvore não será derrubada com a construção dessa rua. Nos ajudem a transformar essa rua na rua da árvore", pedem as irmãs em um vídeo postado na internet.

A casa da avó das gêmeas fica bem próximo ao motel e as meninas vêm acompanhando da varanda da residência todo o processo de derrubada do motel, que começou na segunda quinzena de setembro.

"Antes, não dava para ver essa árvore justamente devido ao motel, mas quando vimos, ficou com uma agonia e pensamos: por que não manter árvore? Por que não fazer uma rua arborizada, mais bonita, contornando a árvore? Precisamos valorizar o meio ambiente", questionou Ana Carolina, que ainda não conseguiu identificar qual é a espécie da árvore.

As irmãs, nas postagens, começaram a marcar representantes da Prefeitura de Vila Velha e os candidatos a prefeito do município, mas afirma que ainda não tiveram retorno. "Aqui no bairro já tiveram muitas arvores que foram derrubadas para construir prédio, arrumar fiação, entre outras justificativas. Então, já ficamos frustradas há tempos e esperamos que, desta vez, a árvore não seja derrubada e nem levada para outro lugar porque, nesse deslocamento, ela pode morrer", complementou Maria Fernanda.

Procurada pela reportagem de A Gazeta, a Prefeitura de Vila Velha informou que está em fase de finalização de processo licitatório para a contratação da empresa que vai elaborar o projeto – que, finalizado, será a base para avaliar a solicitação das irmãs, de acordo com a legislação vigente. A gestão afirma que está aberta ao diálogo com a população.

O Chalé Motel dará lugar a uma nova via, que terá ligação com a orla de Vila Velha
Chalé Motel antes de ser demolido para dar lugar a novo acesso à orla de Vila Velha. (Reprodução/Google Maps)

HISTÓRICO

Nove meses após a Prefeitura de Vila Velha e o proprietário do antigo Chalé Motel entrarem em acordo pela desapropriação do imóvel, o trabalho para a demolição da estrutura localizada na Rua Belo Horizonte, no bairro Itapuã, começou em setembro.

Com objetivo de gerenciar a mobilidade urbana, a Prefeitura de Vila Velha optou por abrir uma nova rua no bairro Itapuã. Ainda no início de 2019, a administração municipal deu início ao processo de desapropriação parcial do terreno onde funcionava o Chalé Motel, já que o estabelecimento teria sido construído em área pública. Em agosto de 2019, após saber que parte do estabelecimento, construído de maneira irregular, seria desapropriado, o antigo proprietário afirmou que não tinha conhecimento que o terreno pertencia ao poder público.

O planejamento prevê a abertura de mais uma via para facilitar a mobilidade urbana no bairro Itapuã(Vitor Jubini)

Segundo a defesa de Luiz Francisco, dono do antigo edifício desde 1978, o cartório não havia atentado para a "particularidade" do local. Em agosto do ano passado, a administração municipal recebeu oficialmente o imóvel desapropriado. A área total a ser desapropriada é de 1.387,19 m² e a prefeitura precisou reembolsar R$ 3,7 milhões, que foram pagos ao proprietário

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