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Publicado em 28 de junho de 2022 às 17:56
O pequeno Enzo Matedi Bozi, de um ano e cinco meses, é a alegria da casa e dos pais César Bozi e Sabrina Campi Matedi, moradores de Linhares, no Norte do Espírito Santo. Mas uma notícia recebida há cerca de seis meses preocupa a família: o menino foi diagnosticado com Granulomatosa Crónica. Devido à doença rara, a criança precisa de um doador de medula óssea, tarefa que se tornou um desafio diante da falta de doadores e da dificuldade de encontrar um compatível.>
Segundo os pais, o menino nasceu com a doença. Desde os primeiros dias de vida ele apresentou imunidade baixa, sendo mais suscetível a febre e infecções, mas o diagnóstico só veio quando Enzo tinha 11 meses. >
“É um problema genético. A medula dele não produz glóbulos brancos e ele fica vulnerável a infecções. A doença é controlada por medicação. A chance dele ter uma vida normal é só por meio do transplante (de medula óssea)", disse o pai do pequeno à repórter Ariele Rui, da TV Gazeta Noroeste. >
Enzo está em uma longa lista de espera. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), 650 pessoas aguardam por um transplante de medula óssea no Brasil. O Hemocentro de Linhares, que atende a Região Norte do Estado, tem uma média de apenas 10 doadores cadastrados. >
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Os pais fizeram o teste de compatibilidade, mas não tiveram sucesso. Para encontrar uma pessoa compatível com o menino eles têm feito campanhas em redes sociais pedindo que as pessoas compareçam ao hemocentro para serem doadores.>
O processo para se tornar um doador de medula óssea é simples e rápido, mas é o suficiente para salvar uma vida. A pessoa precisa ter entre 18 e 35 anos, ir até um hemocentro e informar que deseja ser um doador, e preencher um cadastro com todas as informações pessoais.>
Na sequência, será feita uma coleta de sangue e a amostra vai para um banco de sangue, usada para testar a compatibilidade entre doador e paciente. Todo o processo dura cerca de 15 minutos. Feito o cadastro, o nome do doador vai para o Registro nacional de doadores de medula óssea (Redome).>
“Depois desse processo é feita a compatibilidade. Se houver essa compatibilidade com o paciente, nós informamos para o hemocentro que a pessoa fez a doação”, explica a assistente social do Hemocentro de Linhares, Ana Paula Brumatti.>
Segundo o Inca, para o doador, os riscos são poucos. Dentro de poucas semanas, a medula óssea estará inteiramente recuperada. Já para o paciente é a chance de uma vida.>
Possibilidade de um paciente ser compatível com um doador
Além de poucas pessoas interessadas em serem doadoras, outro desafio é achar aquele que seja compatível. De acordo com o Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes), a possibilidade pode chegar a um para 100 mil candidatos cadastrados entre pessoas que não são da mesma família, caso de Enzo e de outros pacientes na fila. >
Ana Paula Brumatti
Assistente social do Hemocentro de LinharesPor isso a importância de que mais pessoas sejam doadoras. Para o pai do pequeno Enzo, a espera é angustiante, mas a esperança é maior em saber que a campanha pode ajudar o filho e também outras pessoas que precisam da doação. >
"Para o doador é uma coisa simples. E vai ajudar muita gente, mesmo se não servir para o meu filho. Nós somos da roça, lavradores. Nunca pensei que fosse passar por isso, e também ver tanta criança, como o meu filho, que precisa. Você que está em casa, vê o que estamos passando, vai se imaginar nessa situação. É uma coisa que pode salvar uma vida. E eu tenho fé que vai dar certo", finalizou César.>
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