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Criança do ES que cantou "Let it Go" em hospital consegue remédio de quase R$ 2 milhões

Criança do ES que cantou "Let it Go" em hospital consegue remédio de quase R$ 2 milhões

Mesmo curada do câncer, Yara necessita receber cinco ciclos do medicamento Qarziba, de custo milionário e utilizado para diminuir as chances do neuroblastoma voltar

Publicado em 24 de junho de 2022 às 12:51

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Yara, de 5 anos, que cantou
Yara, que cantou "Let it Go" em hospital, consegue remédio de quase R$ 2 milhões. (Reprodução)
Criança do ES que cantou "Let it Go" em hospital consegue remédio de quase R$ 2 milhões

A pequena Yara, de 5 anos, que cantou “Let it Go”, do filme “Frozen, comemorando a cura de um câncer, em um hospital de Brasília, no Distrito Federal, conseguiu mais uma vitória. A Justiça liberou um remédio de R$ 2 milhões para o tratamento da capixaba. O medicamento diminui as chances de a doença voltar.

Na quinta-feira (23), a mãe dela, a fotógrafa Jessica Rohnser, de 30 anos, comemorou nas redes sociais a ida ao aeroporto para buscar a medicação. “Eu acabei de buscar o remédio da Yara. Gente, eu consegui o remédio da minha filha, estou muito feliz, indo levar o remédio para o hospital”, contou, emocionada.

Em setembro de 2020, Yara foi diagnosticada com um neuroblastoma, uma categoria de câncer. Foi necessário ir para Brasília realizar o tratamento. Com uma massa de 10 cm no abdômen e metástase nos ossos e na medula, a pequena passou por 232 quimioterapias e venceu uma das batalhas contra a doença.

Mesmo após receber a cura do câncer, Yara necessita receber cinco ciclos do medicamento Qarziba — indicado no tratamento de neuroblastoma de alto risco em pacientes a partir dos 12 meses — segundo o Ministério da Saúde. O valor de quase R$ 2 milhões, no entanto, impossibilitava a família de adquiri-lo, resultando em uma ação judicial para que o Estado o custeasse.

LUTA NA JUSTIÇA PELO REMÉDIO

A mãe de Yara explica que a família estava na Justiça há seis meses para o Sistema Único de Saúde (SUS) custear o medicamento. “O remédio vem de fora, da Suíça”, conta Jessica.

Enquanto batalhava na Justiça, Yara fez um transplante e a radioterapia. Protocolos pós-tratamento, depois da cura do câncer, para reduzir as chances dele voltar. O medicamento milionário contribui para diminuir ainda mais a probabilidade da doença reincidir.

“Quando faz a quimioterapia, o câncer tem 80% de chance de voltar, por ser muito agressivo. Após o transplante, a probabilidade de retorno da doença cai para 60%. Com a imunoterapia, com o medicamento, a chance da doença retornar cai para menos da metade, 40%”, explica a mãe.

Yara, de 5 anos, que cantou
Yara, de 5 anos, e a mãe comemorando a realização de parte do tratamento . (Reprodução)

TRATAMENTO COMEÇOU COM MEDICAMENTO DE CRIANÇA QUE MORREU

Dos cinco ciclos de medicação necessários, Yara já recebeu dois. O medicamento seria utilizado em um menino com a mesma doença. A família dele teve a mesma dificuldade em solicitar o remédio e, quando a medicação chegou, o câncer da criança já havia retornado e o pequeno não resistiu.

“Como a criança veio a óbito e a Yara estava pronta para receber a medicação, a doutora não quis esperar. O importante é fazer a aplicação com a imunoterapia logo após a rádio, porque o câncer tem menos chance de retornar”, completou.

“O menino já estava limpo, mas o processo para conseguir o remédio demorou muito e o câncer voltou. A mãe dele foi a primeira do hospital a tentar, foi difícil”, afirmou.

O SONHO: VOLTAR PARA O ESPÍRITO SANTO

Para viver em Brasília, mãe e filha contam com um apoio do governo e também de amigos e familiares. Yara deve ser internada na próxima semana para aplicar o terceiro ciclo da medicação, agora com essa que Jessica conseguiu na quinta-feira (23). Parte do medicamento deve sobrar e ser utilizado para ajudar outras crianças na mesma situação. 

No dia 24 de maio, Yara completou 5 anos. A comemoração por mais um ano de vida foi realizada no hospital onde estava internada em Brasília, durante o segundo ciclo de imunoterapia. O sonho da família é concluir o tratamento em setembro e retornar para Vitória, onde viviam. 

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Minha expectativa é a coisa mais simples do mundo: voltar para casa, trabalhar, ver a minha filha indo para a escola

Jessica Rohsner
Mãe de Yara e fotógrafa
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“Sei que vamos ter que monitorar, fazer exame pelos próximos anos, mas só de voltar para a nossa cidade, ver nossos familiares, nossos amigos… Todo santo dia essa menina diz que quer ir para a escola”, conta a mãe, emocionada.

Jessica finaliza apelando para que outras mães não desistam de buscar a medicação para os filhos. “Teve um momento que eu achei que não ia conseguir o remédio, é muito empecilho, mas é importante falar do assunto”, completa.

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