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Família do ES comemora a vitória de bebê de 3 meses contra a Covid-19

Família do ES comemora a vitória de bebê de 3 meses contra a Covid-19

Pai, mãe e bebê recém-nascido, moradores de Vila Velha, contraíram a doença em outubro. Hoje, celebram juntos a boa recuperação

Publicado em 14 de novembro de 2020 às 10:37

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Bento Zampieri de Carvalho Reis, um dos bravos capixabas que venceu a Covid-19
Bento Zampieri de Carvalho Reis, aos 3 meses, é um dos bravos capixabas que venceram a Covid-19. (Paula Zampieri/Divulgação/Rede social)

Aos três meses de vida, o pequeno Bento Zampieri de Carvalho Reis já é um campeão: o bebê nascido em agosto é um dos valentes capixabas que venceram a Covid-19. Bento e os pais, Paula Zampieri e Adesandro Freire dos Reis, contraíram o vírus em outubro. Hoje, passados os sintomas mais graves, a família moradora de Itapuã, Vila Velha, comemora a boa recuperação.

Paula Zampieri, comunicóloga e mãe de Bento, conta que, no final de semana do dia 24 de outubro, o marido começou a sentir os primeiros sintomas de Covid. Adesandro é fotógrafo e, com o retorno dos eventos, após a flexibilização das medidas de isolamento social, voltou a sair a trabalho depois de passar alguns meses em casa com a família.

Dois dias depois do marido, já na segunda-feira (26), Paula também começou a apresentar sintomas. Sentia uma forte dor de cabeça, o que a alertou para a possibilidade de estarem infectados pelo novo coronavírus. Foram ao hospital e, após um longo dia de exames, tiveram a confirmação: os dois receberam teste PCR positivo e ambas tomografias apresentavam comprometimento de 25 a 50% do pulmão.

Mãe e pai, por instrução médica, voltaram para casa, em Itapuã, naquela noite. Poucos dias depois, o bebê, segundo a mãe, sempre sorridente, começou a apresentar um comportamento atípico. “Bento chorava dia e noite, tinha muita tosse e febre”, disse. “Ele ficou muito cansadinho e tossia sem parar. Foi muito complicado porque eu e meu marido também estávamos nos sentindo muito mal. Reunimos as forças que tínhamos para cuidar do neném”, relata.

Os médicos que atenderam a família atestaram que o bebê, assim como os pais, estava infectado pelo coronavírus. “Bento não foi testado. Os médicos afirmaram que ele contraiu a doença baseado nos sintomas que apresentava, logo após do nosso teste positivo”, conta a mãe.

Os 13 dias que se passaram foram os piores, segundo a família. “Foram dias exaustivos, com todos os sintomas possíveis de Covid: febre, dor no corpo, tosse... foram dias intermináveis. Tive muito medo de perder minha família”, lembra Paula.

Paula (38), Alice (10) com o recém-nascido Bento no colo, Adesandro (38) e Iago (14). Enquanto pais e bebê passavam pelo tratamento de Covid, as crianças representavam o porto-seguro do lar
Paula (38), Alice (10) com o recém-nascido Bento no colo, Adesandro (38) e Iago (14). (Divulgação pela família)

DIAS DE SUFOCO SUPERADOS COM AMOR

Hoje, pais e bebê ainda apresentam sequelas da infecção, mas a felicidade de estarem se recuperando é maior do que a falta de ar que ainda os incomoda. Não transmitem mais a doença, mas ainda estão em casa, retomando aos poucos a tranquilidade do dia a dia.

Paula descreve a Covid-19 como “uma doença contraditória que afasta, mas também une as pessoas”. Quarentenados, os Reis contaram com fundamental apoio da família, que ajudou da maneira que podia, seja provendo as refeições, fazendo contato por mensagens do celular ou mantendo-se alerta, mesmo de longe. Médicos amigos da família faziam diversas consultas remotas com o casal, acompanhando a evolução do quadro.

Felizmente, os irmãos de Bento, Iago Matta Reis, de 14 anos, e Alice Matta Reis, de 10, continuaram saudáveis e de plantão para tomar conta do que fosse preciso. Paula conta que as crianças, mesmo com pouca idade, representaram o porto seguro do lar durante o pico da doença. “Eles deram um jeitinho na casa, me ajudaram com os banhos do Bento... foram incríveis! Meu coração se enche de orgulho ao pensar em como eles foram nossos parceiros nesses dias cansativos”.

A foto de Bento, forte e sorridente, com um cartaz que anuncia a cura da família emocionou os amigos que Paula mantém nas redes sociais. “Agora, passadas duas semanas, ele voltou a ser o meu bebê. Está em paz, não chora, não tem febre. Estou aliviada!”, conta. Uma avalanche de comentários positivos e repleto de boas energias impulsiona a família aos novos dias que estão por vir.

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Por favor, use máscara. A pandemia não acabou

Paula Zampieri de Carvalho Reis
Comunicóloga
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O QUE DIZEM OS MÉDICOS?

Segundo especialistas, a família infectada pelo vírus que tem crianças em casa deve seguir alguns cuidados especiais. A pediatra e consultora de aleitamento materno Amanda de Paula explica que não é comum que as crianças apresentem um caso mais grave de Covid-19. Ela ensina que os infantes têm menos receptores do vírus no organismo do que os adultos e, por isso, a maioria, mesmo quando infectada, manifesta um quadro leve, sem muitos sintomas.

Sobre o caso de Bento, a médica explica que foi feito o diagnóstico epidemiológico, ou seja, observados os sintomas no bebê, a comprovação da doença nos pais e o contexto de pandemia, é seguro assegurar o diagnóstico mesmo sem testar. Ela ressalta, também, a importância de mãe e recém-nascido manterem sua rotina.

“A Sociedade Brasileira de Pediatria define alguns cuidados no aleitamento materno neste momento de pandemia. De forma alguma o aleitamento deve ser suspenso: o leite materno protege os bebês. Ele é composto por imunoglobulinas, uma espécie de anticorpo, que são fundamentais no desenvolvimento do recém-nascido”, explica Dra. Amanda.

Ela ressalta que, nesses casos, quando possível, é mais seguro que se transfira o cuidado primário com a criança para outro membro da família que esteja mais forte, mas não é recomendado que se isolem. Mãe e bebê têm uma relação íntima e suspender esse laço pode ser prejudicial a ambos. Ela reforça que os cuidados e a prevenção devem continuar: “O aleitamento é positivo, mas com cuidados: higienizando as mãos e usando máscara, mãe e bebê podem, e devem, manter-se unidos”, recomenda.

USAR MÁSCARA, UM ATO DE AMOR AO PRÓXIMO

Paula alerta que um dos maiores desafios no tratamento do coronavírus é controlar o emocional. Por isso, retribuindo as mensagens de esperança que recebeu, envia um recado a quem possa estar passando pelo que ela e a família passou. “Mantenham-se fortes. Acreditem no melhor, tenham fé que vamos conseguir a vacina contra o coronavírus e a cura para todas as pessoas. Cuidem do emocional, antes de mais nada”, recomenda.

Segundo ela, usar máscara e evitar a propagação do vírus é um ato de amor ao próximo. “Não é só sobre se proteger, mas proteger a comunidade. Ame as pessoas que você conhece, evitando se expor, e também as que não conhece, mantendo as medidas de segurança recomendadas pelos especialistas. A pandemia ainda não acabou, mantenham-se alerta”.

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*Taisa B. V. Pereira é aluna do 23° Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, sob orientação da editora Joyce Meriguetti.

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