Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 17:49
Defensores da Saúde, dos direitos das mulheres, da população negra e das pessoas com deficiência no Espírito Santo receberam o Prêmio Estadual de Direitos Humanos 2020 na manhã desta quinta-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos. A premiação organizada pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH) aconteceu no Salão São Tiago, no Palácio Anchieta, em Vitória.
O evento faz parte da XII Semana Estadual dos Direitos Humanos que traz no debate os Direitos humanos na luta por uma sociedade antirracista. Foram homenageadas a epidemiologista Ethel Maciel, que também é colunista de A Gazeta, e Lúcia Mara Martin, do grupo Mães Eficientes Somos Nós, na categoria Personalidade. Já o Fórum de Mulheres do Espírito Santo e o Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes) foram premiados na categoria Entidade não governamental ou movimento social.
O governador Renato Casagrande (PSB) destacou a importância da solenidade, comentou sobre o enfrentamento ao coronavírus e a necessidade de conscientização coletiva no enfrentamento à doença. Na avaliação dele, o aumento da violência está relacionado ao distanciamento da sala de aula e do empobrecimento. A secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo, também participou da solenidade.
As pessoas que estão marginalizadas do poder e desassistidas precisam sentir proteção das instituições públicas. Recebê-los aqui é reafirmar o nosso trabalho para que possamos ter políticas sociais de proteção dos direitos humanos e ao mesmo tempo possamos estabelecer contato cada vez mais próximo com elas, destaca Casagrande.
Homenageada na categoria Personalidade, Ethel Maciel é pós-doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Ela é a única capixaba que faz parte do grupo criado pelo governo federal para coordenar a aquisição e a distribuição de vacinas contra o novo coronavírus (Covid-19).
Considero o prêmio como o reconhecimento pelo trabalho ao longo dos anos. Não é uma coisa só, mas um conjunto de ações na defesa dos direitos humanos sabendo que temos de lutar todo dia, principalmente, nesse momento do país em que a todo momento temos que reafirmar direitos que nós achávamos que já estavam garantidos, pontua.
A outra homenageada na categoria Personalidade, Lúcia Mara, coordenadora do grupo Mães Eficientes Somos Nós, também destacou que a batalha é continua. "O prêmio reconhece a luta das mães de filhos com deficiência, principalmente, as de periferia", destaca.
Representante do Fórum de Mulheres do Espírito Santo, Ana Lúcia Conceição, reforça que a homenagem de hoje é consequência de uma luta travada ao longo dos anos. "Hoje estamos sendo homenageadas pela luta que acumulamos ao longo dos anos, seja monitorando as políticas sociais ou fazendo essa organização política das mulheres no campo dos direitos das comunidades", diz.
Já Crislayne Zeferina, presidente do Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes) acrescenta a importância do reconhecimento. "É importante demarcar esses espaços que, muitas vezes, foram construídos, mas sem nós. Agora, com essa construção conjunta, popular e democrática, temos um reconhecimento estadual que mostra que as nossas incidências políticas, as nossas ações de construção dentro das comunidades periféricas estão valendo a pena", considera.
Ethel Leonor Noia Maciel
Prêmio Estadual de Direitos Humanos
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta