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Criança de 10 anos estuprada está com diabetes gestacional, diz médico

Criança de 10 anos estuprada está com diabetes gestacional, diz médico

A menina de 10 anos, que foi estuprada em São Mateus, no Norte do Estado, realizou aborto em um hospital do Pernambuco. Ela deve receber alta nesta quarta-feira (18)

Publicado em 17 de agosto de 2020 às 15:12

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Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, onde foi realizado o procedimento
Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, onde foi realizado o procedimento. (Divulgação)

A criança de 10 anos que engravidou após ter sido estuprada em São Mateus, no Norte do Estado, está com diabetes gestacional. A informação foi confirmada pelo médico Olímpio Barbosa de Morais Filho, responsável pelo procedimento de aborto pelo qual a menina foi submetida no domingo (16) no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, no Recife (PE).

Criança de 10 anos grávida estava com diabetes gestacional, diz médico

A interrupção da gestação, determinada pela Justiça capixaba, consistiu, em um primeiro momento, na injeção de medicamento para levar o feto a óbito. Ainda na noite deste domingo (16) e na madrugada desta segunda-feira (17), teve início a segunda etapa, que foi a indução da expulsão do feto, também feita por medicamento. Essa etapa, com a limpeza total do útero, foi concluída no meio da manhã desta segunda.

De acordo com documento obtido por A Gazeta, a criança estava grávida de aproximadamente 22 semanas após ter sido estuprada. O tio, de 33 anos, que é o principal suspeito, está foragido. A menina chegou a ser internada no Hospital das Clínicas, em Vitória, mas uma equipe médica se recusou a fazer o aborto autorizado pela Justiça, alegando que "a idade gestacional não está amparada na legislação vigente."

Olímpio explicou que a diabetes gestacional pode ocasionar um parto prematuro ou a morte da criança ainda no útero da mãe. O médico explicou que, com o fim do processo do aborto, a menina deverá ser acompanhada e passar por uma nova avaliação. Caso a comorbidade ainda seja identificada, a menina terá de fazer tratamento vitalício.

“Quando a diabetes gestacional é diagnosticada precocemente, é feito o tratamento adequado. Geralmente, a gente consegue contornar e ter uma gravidez sem complicações. Soube através da equipe que a glicemia da paciente estava elevada. É estranho uma criança ter glicemia elevada com 10 anos porque geralmente a diabetes acontece em pessoa mais idosa. Existe uma diabetes chamada tipo 1 que acontece com criança. Se a glicemia continuar alta, terá de fazer tratamento o resto da vida”, disse o médico.

ENTENDA O CASO

A menina de 10 anos engravidou após ter sido vítima de estupro no município de São Mateus, no Norte do Estado. O caso foi descoberto no último fim de semana. De acordo com informações do boletim de ocorrência, ela chegou ao hospital acompanhada por uma tia, que afirmou aos médicos que achava que a menina estava grávida.

Os profissionais da unidade notaram que a barriga da criança apresentava um volume e foi realizado um exame de sangue. O resultado do teste comprovou a gravidez e indicou que a menor já estava grávida há cerca de três meses.

Forúm de São Mateus, no Norte do ES
Forúm de São Mateus, no Norte do ES. (TJES Divulgação )

A DOENÇA

Diabetes, segundo especialistas, é uma doença crônica causada pela deficiência ou falta de insulina, hormônio responsável por jogar a glicose dentro das células para produzir energia. A classificação da doença é estabelecida pela causa. 

A diabetes tipo 1  acontece mais em crianças, adolescentes e jovens adultos. Nesses casos, a pessoa não produz insulina, por isso é necessário o uso da insulina desde o diagnóstico até o fim da vida.

A diabetes tipo 2 se desenvolve principalmente em pessoas que sofrem de obesidade. Pacientes não têm insulina suficiente para manter a glicose normal. Há uma falta relativa de insulina no organismo.

Além desses dois tipos, há ainda a diabetes gestacional, identificada durante a gestação, e a pré-diabetes, que é um estágio intermediário que pode evoluir.

Teste de glicemia para diabético; diabetes
Teste de glicemia para diabéticos. (Shutterstock)

ENTENDA

Tipo 1

  • O que é
  • O paciente não produz nenhuma insulina, por isso é necessário usar insulina desde o diagnóstico até o fim da vida.

  • Tratamento
  • São utilizadas injeções de insulina.

  • Grupo de risco
  • Crianças, adolescentes e Jovens adultos.

  • Sintomas
  • Muita sede, excesso de urina, muita fome, perda inexplicável de peso, fraqueza, fadiga, nervosismo, mudanças de humor, náusea e vômito.

Tipo 2

  • O que é
  • O paciente produz insulina, mas ela é insuficiente para manter a glicose normal. Há uma falta relativa de insulina.

  • Tratamento
  • O tratamento é realizado com medicação oral para ajudar a insulina a trabalhar melhor.

  • Grupo de risco
  • A obesidade é o principal fator de risco para o surgimento da doença.

  • Sintomas
  • Infecções frequentes na bexiga, pele e rins, feridas que demoram para cicatrizar, visão embaçada, furúnculos e formigamentos nos pés, vontade de urinar várias vezes ao dia, sede constante, fome frequente, cansaço excessivo e disfunção sexual.

Diabetes gestacional

  • O que é
  • Hormônios produzidos pela placenta podem trazer riscos para a mãe e para o bebê. A mulher fica com uma quantidade maior que o normal de açúcar no sangue.

  • Tratamento
  • É uma condição que quase sempre se normaliza após o parto, diferente dos outros tipos de diabetes. Controlar a taxa de açúcar no sangue, reduzindo o consumo de alimentos doces e bebidas com cafeína.

  • Exames
  • Nas primeiras consultas do pré-natal, a gestante faz um exame de sangue para medição da glicemia em jejum. Se o médico considerar o resultado alterado, pode pedir o teste de tolerância à glicose.

  • Grupo de risco
  • Pacientes que engravidam com sobrepeso ou que ganham muito peso durante a gravidez, gestantes com idade avançada e a existência de um parente de primeiro grau diabético, dependente de insulina.

Pré-diabetes

  • O que é
    Um estágio intermediário entre o normal e o diabético.

  • Tratamento
  • São utilizados medicamentos de via oral aliados à dieta e exercícios. É possível retornar ao estágio normal.

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