Aluno do 24º Curso de Residência em Jornalismo / [email protected]
Publicado em 31 de outubro de 2021 às 14:26
O coronavírus pode causar lesões na área dos testículos e diminuir a testosterona em homens, causando complicações na vida sexual e reprodutiva. É o que apontam vários estudos publicados recentemente, que mostram ainda que a ação do vírus no órgão costuma ser indolor e que os sintomas incluem cansaço e insônia, o que confunde e atrasa o diagnóstico. >
Os estudos realizados indicam ainda que as lesões acometem pacientes de todas as faixas etárias, com grau de comprometimento testicular que varia de 50%, em casos moderados, até 85%, nos graves. Para os homens que planejam ter filhos, especialistas já recomendam o acompanhamento profissional após a infecção. >
O coordenador de pesquisas avançadas da USP e professor da faculdade de Medicina da instituição, Jorge Hallak, explica que o testículo é uma porta de entrada para o coronavírus, assim como o pulmão, sendo o segundo órgão mais afetado pelo vírus. >
A ação do vírus no testículo costuma não causar dor ou mudança na aparência. Os sintomas como cansaço, insônia, falta de energia e falta de líbido podem indicar a alteração, mas acabam sendo confundidos com outras questões do coronavírus. >
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Jorge Hallak
Professor e coordenador de pesquisas avançadas da USPComo a doença ainda é nova, não é possível dizer se os problemas podem ser permanentes, mas Hallak afirma que a recuperação não ocorre tão rapidamente. “A gente imagina que [leve] no mínimo de 8 a 12 meses para poder normalizar ou naturalmente ou com a gente tentando, de alguma maneira, fazer esse testículo melhorar um pouco a função”.>
Para os pacientes que tiveram Covid-19 e planejam ter filhos, a orientação do médico urologista e andrologista José Augusto Ribeiro Almeida é de que se aguarde três meses, para casos leves, e seis meses, para graves. Além disso, é indicado que esses homens façam acompanhamento profissional. >
“Especialmente se foram casos mais graves, o ideal é já procurar um urologista ou andrologista para investigar a vida reprodutiva dele, porque pode ter alguma alteração”. Entre os exames indicados estão o espermograma, o ultrassom testicular e o de fragmentação do DNA espermático.>
O professor Hallak reforça o período de pelo menos três meses após a infecção e recomenda que todos os homens façam acompanhamento com profissionais da urologia e andrologia, principalmente os que pretendem realizar a reprodução assistida.>
“Nós fizemos análise do sêmen do ejaculado e não vimos PCR positivo nas amostras, então eu acho improvável que seja transmitido por via sexual, mas eu não acho improvável que o espermatozóide colhido em laboratório de sêmen de má qualidade possa ter o vírus, por exemplo”.>
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