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Covid-19: 934 pessoas usaram documentos de mortos para se vacinar no ES

Covid-19: 934 pessoas usaram documentos de mortos para se vacinar no ES

A informação é de um levantamento realizado pela Secretaria de Controle de Transparência do Espírito Santo, que também apontou outras irregularidades

Publicado em 16 de junho de 2021 às 07:47

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Para receber a imunização, basta ir na unidade de saúde das 8h às 15h. A pessoa será avaliada por um profissional de enfermagem da unidade
Covid-19: relatório apresenta diversas falhas na vacinação. (Divulgação PMCI/Márcia Leal)
Covid-19: 934 pessoas usaram documentos de mortos para se vacinar no ES

Uma auditoria do Governo do Espírito Santo apontou que 934 pessoas usaram documentos de pessoas mortas, ou seja, em que o nome está no registro de óbito, para conseguirem entrar no grupo de vacinação e receber as doses de imunizantes contra a Covid-19.

No levantamento realizado pela Secretaria de Controle e Transparência (Secont) em parceria com a Secretaria de Saúde (Sesa),  foram avaliados dados de mais de 800 mil aplicações de vacina contra a Covid-19 no Estado. 

Além de encontrar vacinados que usaram documentos de pessoas registradas como mortas, a auditoria chamou atenção para outras falhas na campanha de imunização. Em 1.240 casos, a segunda dose aplicada foi de laboratório diferente da primeira dose. Outras 70 doses foram registradas como sendo de um laboratório que ainda não é distribuído no Espírito Santo. 

CHECAGEM

A análise abrangeu a campanha de imunização de 18 de janeiro a 12 de maio, acompanhando de perto o processo nos 78 municípios capixabas. Foram cruzados os dados de imunizados com o cadastro de servidores públicos estadual e sistema de registros de óbitos estadual, encontrando de fraudes a fura-filas. 

Segundo a Secont, o objetivo da análise é identificar riscos nos procedimentos adotados e corrigir eventuais falhas que possam comprometer a rapidez e a qualidade da campanha de imunização. Foram verificadas desde as condições de acondicionamento e distribuição das doses até a verificação dos grupos prioritários definidos a cada fase do Plano Nacional de Imunização.

FURA-FILAS

A auditoria identificou que 11.582 doses de imunizantes foram aplicadas em cidadãos com idade mais baixa do que a faixa etária informada no cartão. Do total dessas aplicações fora da fila,  1.448 seriam de pessoas com menos de 60 anos e que não integram o grupo prioritário por idade, mas receberam a vacina como se estivem nele.

A auditoria foi realizada por meio de aplicação de checklist em todos os 78 municípios capixabas e visitas presenciais a redes de frios e locais de vacinação definidos por amostragem.

Foram identificados casos de estoques de vacinas com prazo próximo do vencimento; inconsistências no controle da quantidade de doses distribuídas e aplicadas, além de atrasos e falhas na alimentação do sistema nacional que controla o número de doses aplicadas.

INVESTIGAÇÃO

A Secont aponta que é preciso, agora, averiguar o que levou à ocorrência das inconsistências encontradas, já que elas podem ser resultado tanto de falhas na alimentação do sistema de registro das doses aplicadas como de fraudes ou ações de fura-fila.

Desse modo, os registros encontrados na auditoria serão encaminhadas aos órgãos competentes, como a Polícia Civil, para averiguação detalhada de cada caso.

Todas as questões levantadas pela auditoria foram comunicadas às controladorias dos municípios, já que as prefeituras são responsáveis pela execução da campanha de vacinação.

A Secont prevê que a sejam planejadas soluções em conjunto para evitar as falhas que comprometam a imunização da população. 

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