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Publicado em 16 de junho de 2021 às 07:47
Uma auditoria do Governo do Espírito Santo apontou que 934 pessoas usaram documentos de pessoas mortas, ou seja, em que o nome está no registro de óbito, para conseguirem entrar no grupo de vacinação e receber as doses de imunizantes contra a Covid-19.>
No levantamento realizado pela Secretaria de Controle e Transparência (Secont) em parceria com a Secretaria de Saúde (Sesa), foram avaliados dados de mais de 800 mil aplicações de vacina contra a Covid-19 no Estado. >
Além de encontrar vacinados que usaram documentos de pessoas registradas como mortas, a auditoria chamou atenção para outras falhas na campanha de imunização. Em 1.240 casos, a segunda dose aplicada foi de laboratório diferente da primeira dose. Outras 70 doses foram registradas como sendo de um laboratório que ainda não é distribuído no Espírito Santo. >
A análise abrangeu a campanha de imunização de 18 de janeiro a 12 de maio, acompanhando de perto o processo nos 78 municípios capixabas. Foram cruzados os dados de imunizados com o cadastro de servidores públicos estadual e sistema de registros de óbitos estadual, encontrando de fraudes a fura-filas. >
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Segundo a Secont, o objetivo da análise é identificar riscos nos procedimentos adotados e corrigir eventuais falhas que possam comprometer a rapidez e a qualidade da campanha de imunização. Foram verificadas desde as condições de acondicionamento e distribuição das doses até a verificação dos grupos prioritários definidos a cada fase do Plano Nacional de Imunização.>
A auditoria identificou que 11.582 doses de imunizantes foram aplicadas em cidadãos com idade mais baixa do que a faixa etária informada no cartão. Do total dessas aplicações fora da fila, 1.448 seriam de pessoas com menos de 60 anos e que não integram o grupo prioritário por idade, mas receberam a vacina como se estivem nele. >
A auditoria foi realizada por meio de aplicação de checklist em todos os 78 municípios capixabas e visitas presenciais a redes de frios e locais de vacinação definidos por amostragem. >
Foram identificados casos de estoques de vacinas com prazo próximo do vencimento; inconsistências no controle da quantidade de doses distribuídas e aplicadas, além de atrasos e falhas na alimentação do sistema nacional que controla o número de doses aplicadas.>
A Secont aponta que é preciso, agora, averiguar o que levou à ocorrência das inconsistências encontradas, já que elas podem ser resultado tanto de falhas na alimentação do sistema de registro das doses aplicadas como de fraudes ou ações de fura-fila.>
Desse modo, os registros encontrados na auditoria serão encaminhadas aos órgãos competentes, como a Polícia Civil, para averiguação detalhada de cada caso. >
Todas as questões levantadas pela auditoria foram comunicadas às controladorias dos municípios, já que as prefeituras são responsáveis pela execução da campanha de vacinação. >
A Secont prevê que a sejam planejadas soluções em conjunto para evitar as falhas que comprometam a imunização da população. >
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