Estagiária / mleitao@redegazeta.com.br
Publicado em 6 de dezembro de 2021 às 17:57
Você já ouviu falar em PANCs, as plantas alimentícias não convencionais? O termo, estabelecido pelo biólogo e pesquisador Valdely Kinupp, é utilizado para fazer referência às plantas comestíveis que surgem de forma espontânea em quintais, terrenos baldios e canteiros, e não são consumidas por falta de costume ou de conhecimento. Mas como identificá-las e acrescentá-las no prato do dia a dia?
Segundo a nutricionista Roberta Larica, existem plantas muito nutricionais que chegam a fazer parte da cultura, identidade e práticas agrícolas de pequenas comunidades no Brasil.
Roberta Larica
NutricionistaEm entrevista ao jornalista Mário Bonella, apresentador do programa CBN Cotidiano, da CBN Vitória, a nutricionista e comentarista do quadro Boa Mesa CBN disse que é preciso conhecer muito bem as plantas e flores antes de consumi-las, e também fundamental fazer a identificação correta por meio dos nomes científicos. “Hoje em dia temos até mesmo a possibilidade de baixar aplicativos no celular que identificam todas as propriedades do alimento, mas se o indivíduo ainda ficar com receio, pode ir à feira e tirar dúvidas no local”, destacou.
A nutricionista explicou que, após o conhecimento de que determinada planta não é "apenas um mato que cresce no jardim", mas um alimento nutritivo e comestível, ela passará a ser vista de outra maneira. A partir da ressignificação do alimento, as plantas podem se tornar uma ótima opção para diversificar a sua refeição. Veja as dicas da especialista.
Ora-pro-nóbis
Bem popular na culinária de Minas Gerais, a ora-pro-nóbis é uma grande fonte de proteína, podendo ser recomendada para suprir o nutriente. Segundo a nutricionista, a planta possui significativas quantidades de ácido fólico. "Suas folhas podem ser consumidas em saladas ou refogadas com outras refeições", afirmou.
Beldroega
A beldroega ode ser confundida com uma erva-daninha por crescer bem rente ao solo e de maneira fácil. Entretanto, essa pequena planta esconde grandes propriedades. "Ela pode ser usada em sucos, saladas e sopas, e é uma grande fonte de ômega 3. Também usada no combate à hipertensão arterial", destacou.
Peixinho ou "lambari da horta"
Segundo a nutricionista, a planta é comum de ser encontrada e é muito usada para ação antimicrobiana. “Ela auxilia na tosse, em casos de resfriados. Quando empanadas e fritas, suas folhas ficam crocantes e lembram o gosto de peixe", disse Roberta Larica.
Azedinha
Com um sabor azedo que remete ao gosto do limão, a azedinha pode ser usada no preparo de saladas ou em pratos quentes, pois acentua o sabor dos alimentos. "Para algumas pessoas, ela até lembra a rúcula, mas tem um sabor de limão e é rica em vitaminas B e C, além de conter cálcio e outros minerais", ressaltou Larica.
Capeba
A capeba é uma planta encontrada principalmente no Sudeste do Brasil e no sul da Bahia. Ela possui amplas propriedades e é rica em substâncias diuréticas e antioxidantes, que ajudam a eliminar as toxinas. "Além de chás, ela é uma ótima planta para ser acrescentada aos sucos detox".
Taioba
A taioba é uma planta de fácil cultivo e cresce em qualquer quintal, sem grandes esforços. Segundo Roberta Larica, é recomendado cozinhá-la ou refogá-la para eliminar substâncias que podem ser nocivas quando cruas. "Ela pode preparada refogada ou em outras preparações, como caldos e molhos", finalizou a nutricionista.
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