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Publicado em 12 de dezembro de 2022 às 18:00
Mais de quatro mil pessoas precisaram sair de casa devido às fortes chuvas que atingiram o Espírito Santo nas últimas semanas. Aos poucos, com os níveis dos rios voltando à normalidade, as famílias podem voltar aos lares. Mas esse retorno — que, em tese, deveria ser um momento de felicidade — se resume em lágrimas para quem perdeu tudo e agora é obrigado a recomeçar.>
Vanderley Nascimento da Silva
Autônomo, morador de Linhares
A dona de casa Adilza Jesus do Nascimento, o marido Vanderley Nascimento da Silva e os dois filhos estavam em um abrigo no bairro Araçá, cedido pela Prefeitura de Linhares. A família morava de aluguel na localidade de Rio Quartel, mas precisaram devolver a casa, que vai passar por reformas devido aos estragos causados pela chuva.>
“Agora, está difícil. Temos que recomeçar, tudo de novo. Nós vamos ficar na casa de uma colega até conseguir uma casa para alugar”, relata Adilza.>
Linhares disponibilizou cerca de oito abrigos para as famílias que precisaram sair de casa durante as chuvas. Dois estão fechados e seis continuam funcionando. O município chegou a decretar situação de emergência. Do dia 21 até o dia 29 de novembro mais de 700 pessoas ficaram fora de casa.>
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A faxineira Luzia Rodrigues e os filhos estão entre essas pessoas. Eles também ficaram abrigados no ginásio do bairro Araçá, que está sendo usado como abrigo pelo município. >
Ela e os filhos moram em uma fazenda no interior do Rio Quartel. Para ela, o retorno é um sentimento agridoce de finalmente voltar para casa junto com a incerteza do que espera pela família. “Não sabemos o que está esperando lá. Eu saí antes que enchesse, então não sei como está lá”, conta.>
Luzia Rodrigues
FaxineiraSegundo a secretária de Assistência Social de Linhares, Luciana Mantovaneli , o retorno é para que as famílias possam limpar as casas e contabilizar os prejuízos. “Quem pode retornar, está retornando para limpar suas residências. Quem não puder, vai permanecer no abrigo. Cada família vai ter uma avaliação técnica com um assistente social e psicólogo, para então fazermos todos os encaminhamentos possíveis”, afirma. >
O município vai continuar dando o apoio a essas pessoas e o comitê de crise continua atuando, porque há previsão de mais chuva para o Estado. >
Algumas famílias ainda permanecem desabrigadas, sem expectativa de quando vão ter uma casa para voltar. É o caso do Reinaldo Silva Cerqueira, da esposa e do filho. Eles moravam no bairro Aviso, e já estão há cerca de duas semanas no abrigo. A casa era de madeira, e, após a chuv,a vai precisar ser demolida. Ele está desempregado e aguarda uma resposta do Aluguel Social para ter onde ir com a família. >
“Vamos ficar aqui por enquanto porque não temos para onde ir. Está difícil. Não tem como voltar. Era um barraco de tábua, aí avisaram que era para buscar o resto das coisas que ainda tinha lá porque vão desmanchar. [...] Nós perdemos cama, lençol, roupas, panelas, geladeira, tudo”, relata. >
A secretária de Assistência Social de Linhares informou que a Prefeitura recebeu muitas doações que serão repassadas. Além disso, nos próximos dias as famílias também irão receber o Cartão Reconstrução, auxílio que será dado às famílias de baixa renda para atenuar os impactos e prejuízos causados pela chuva no Estado.>
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