Repórter / [email protected]
Publicado em 15 de outubro de 2021 às 07:18
O município de Muqui, no Sul do Espírito Santo, revela belezas em diversos ângulos. Conhecida pelas tradicionais folias de reis, a cidade também guarda na arquitetura das antigas casas, na praça e na igreja um pouco da história do Brasil Colônia e do glamour patrocinado pelo império do café. >
Muqui, palavra de origem indígena, significa entre morros. Em meio às serras sulinas, a cidade está a 175 km de Vitória, Capital do Estado. Possui apenas 15.602 mil habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). >
Pequena em população, mas grandiosa em detalhes, conservados até hoje. Segundo dados do município, em função das fazendas de café, Muqui viveu um período de riqueza nas décadas de 1920 e 1930. >
Boa parte da história começa em 1902, ano de inauguração da Estação Ferroviária, um dos pontos turísticos do Centro da cidade. “Ainda nos anos de 1800, existiam algumas fazendas e um pequeno núcleo no entorno do que hoje é a cidade de Muqui, uma grande produção cafeeira. A cidade nasce em função da necessidade de escoar esta produção para os portos do Rio de Janeiro”, conta a secretária de Cultura de Muqui, Joelma Consuelo.>
>
Confira três locais locais para vivenciar a hospitalidade rural, a cultura viva e a beleza inusitada de Muqui.>
A Igreja Matriz São João Batista se destaca no Centro da cidade. Os vitrais foram fabricados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já as pinturas internas, ricas em detalhes, são do italiano Giuseppe Irlandini, executadas na década de 1940. Segundo a arquiteta, Daniellly Narducci, além de detalhes em bronze, o altar e a mesa são de mármore carrara (pedra natural nobre de origem italiana, caracterizada por ser branca com veios cinza). Os produtos vieram de doações para a igreja, que demorou 25 anos para ficar pronta. >
Igreja Martriz de São João Batista, em Muqui
Outro ponto que merece destaque é a praça, ou melhor, Jardim Municipal de Muqui, arborizado em 1919. Ele foi construído junto com o desenvolvimento da cidade e traz características dos jardins franceses, com formas geométricas, estilo "Versailles". De acordo a secretária de Cultura de Muqui, Joelma Consuelo, o desenho clássico dos canteiros é também encontrado em várias casas do sítio histórico. Os canteiros têm uma bordadura, de uma planta rasteira, que faz o desenho e, no meio, há flores e grama. O terreno de 1.972 metros quadrados foi doado pelo Bispo Benedito Paulo Alves de Souza. >
Jardim Municipal de Muqui
O Sítio Histórico e Paisagístico de Muqui (nome dado ao conjunto de imóveis históricos dentro da área urbana) é considerado um dos maiores do Estado e teve o tombamento aprovado pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult). Ao todo, 186 imóveis são tombados, entre casarões, sobrados e palacetes. Acompanhando o desenvolvimento da cafeicultura, os imóveis são do século XX. >
Sítio Histórico de Muqui, no Sul do Espírito Santo
Muqui foi colonizada por portugueses, italianos, espanhóis, holandeses e sírio libaneses, que valorizavam atividades comerciais. Uma característica de muitas casas é de que o pavimento inferior era ou para a estocagem do café ou para o comércio e os demais, para habitação. Uma das casas que abre as portas para receber os vistantes é o Solar do Lagarto (foto), onde é possível passar a noite e tomar um café da manhã. A reserva pode ser feita pelo telefone (27) 99911- 7868. >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta