Publicado em 9 de setembro de 2020 às 19:41
Nove vezes: este é o número de adiamentos na data do julgamento do acusado de matar a jovem Gabriela Chermont. Agora uma nova data foi marcada. O júri popular foi confirmado para o dia 10 de novembro deste ano, às 9h da manhã. O caso, que tramita na Justiça há quase 24 anos, foi adiado pela última vez no dia 28 de abril, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. >
Gabriela morreu após cair do décimo segundo andar do Apart Hotel La Residence, um hotel na Mata da Praia, em Vitória, na madrugada de 21 de setembro de 1996. O ex-namorado da jovem, Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, é acusado pelo crime de homicídio. A defesa do empresário, no entanto, alega que a vítima cometeu suicídio.>
Em manifestação do Ministério Público no último dia 2, o promotor de Justiça Leonardo Augusto Cezar dos Santos, afirmou que a demora no processamento do caso traz angústia para a família da vítima. "Ressalte-se que os fatos ocorreram em 1996 e até hoje não houve julgamento. Essa demora traz angústia e aflição para a família da vítima e retira a credibilidade de todos os atores da Justiça, haja vista a repercussão nacional do caso", escreveu.>
Antes da nova data de julgamento, prevista para este ano, uma decisão foi proferida pelo juiz Marcos Pereira Sanches, da 1ª Vara Criminal de Vitória, suspendendo a audiência que viria a acontecer no dia 3 de dezembro de 2019, após o assistente de acusação solicitar que três testemunhas fossem ouvidas e intimadas. O juiz ponderou, à ocasião, que mesmo que a solicitação fosse aceita, não haveria tempo suficiente para intimar as testemunhas, já que duas delas moram em São Paulo. >
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Procurada pela reportagem, a defesa do Réu, Luiz Claudio, afirmou que aguarda a audiência. "A defesa aguarda com serenidade a sessão do juri, confiante na absolvição de um inocente que, há mais de 20 anos, padece em processo penal sem ter cometido crime algum", disse o advogado Raphael Câmara. >
Segundo o processo, a jovem e o empresário, Luiz Cláudio, teriam rompido o relacionamento e, por indicação de colegas de faculdade, ela teria passado a conhecer um outro rapaz. Em uma das situações em que o novo casal teria saído junto para um bar na Praia da Costa, amigos do ex-namorado teriam visto e contado para ele. Nesta situação, o denunciado pelo crime teria passado a fazer ligações telefônicas para Gabriela, até que eles teriam combinado um encontro na noite de 20 de setembro de 1996. >
Testemunhas nos autos do processo relatam que o ex-casal se dirigiu a um bar em Jardim da Penha e depois foram ao Apart Hotel, onde ficaram hospedados no apartamento número 1.204. Luiz Cláudio, a partir daí, afirma que os dois mantiveram relações sexuais, enquanto a defesa da família da vítima alega que, em vez disso, teriam ocorrido diversas agressões, que teriam causado quebra de dentes e escoriações na lombar de Gabriela. As agressões teriam terminado com a jovem sendo jogada pela sacada do prédio.>
Um exame toxicológico realizado à época identificou que o comerciante teria feito uso de cocaína, ao contrário da alegação dele, que disse ter tomado apenas cerveja.>
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