Publicado em 9 de setembro de 2020 às 13:36
A Corregedoria Nacional do Ministério Público decidiu arquivar representação que pedia a investigação do promotor da Infância e da Juventude de São Mateus, no Espírito Santo, Fagner Cristian Andrade Rodrigues, acusando-o de coautoria de aborto por sua atuação no caso da menina capixaba de 10 anos cuja interrupção de gravidez, fruto de um estupro, foi autorizado pela Justiça do Estado. >
Na decisão, datada de 7 de setembro, o corregedor Rinaldo Reis Lima determina o arquivamento da reclamação disciplinar "considerando a não ocorrência de infração disciplinar ou ilícito penal em razão da ausência de elementos concretos de descumprimento dos deveres funcionais pelo membro reclamado no âmbito de sua atividade-fim perante o feito judicial que tratou do caso de abortamento aqui analisado".>
A peça, de autoria dos deputados federais Chris Tonietto e Filipe Barros, ambos do PSL, pedia a abertura de procedimento administrativo disciplinar contra Rodrigues, acusando-o de indução e coautoria de procedimento de aborto. Tonietto e Barros são, respectivamente, presidente e vice da Frente Parlamentar Mista contra o Aborto e em Defesa da Vida.>
A criança capixaba cumpria duas das três condições previstas pelo Código Penal para permitir o aborto legal: caso de estupro e risco de morte para a mãe. A terceira condição é anencefalia do feto.>
>
A representação questionava a "motivação jurídica" pela qual o aborto foi realizado no Pernambuco e não em seu Estado de origem e se houve consentimento da criança. O documento argumentava que havia sido cometido crime previsto no artigo 125 do Código Penal, que prevê pena de reclusão de três a dez anos por "provocar aborto, sem o consentimento da gestante".>
Segundo noticiário, a avó, como sua representante legal, consentiu a realização do procedimento, e a própria menina também. Por se tratar de menor de idade, o processo na Vara da Infância e da Juventude é sigiloso.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta