Publicado em 3 de novembro de 2020 às 17:15
Após o desaparecimento de Eric Barcelos Rangel, de 56 anos, chefe de máquinas embarcado em rebocador que naufragou em Guarapari, no domingo (01), cinco amigos do profissional, também marítimos, passaram a fazer parte da equipe de buscas nesta terça-feira (03). >
A embarcação onde Eric estava afundou depois de bater em uma pedra, segundo informações dos parentes da vítima. Outros dois tripulantes, que seguiam de Vitória para o Porto de Açu, em São João da Barra, no Norte do Rio de Janeiro, foram resgatados com vida e levados ao Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória. >
De acordo com Edson de Sousa, proprietário da empresa Vitória Embarcações, da qual o rebocador Oceano I fazia parte, todos os esforços estão sendo empreendidos para encontrar o desaparecido ainda hoje (03). "A intenção é achá-lo hoje, custe o que custar. Liberamos uma embarcação para os amigos de Eric, como se fosse a família dele, junto à Capitania dos Portos. Eles são marítimos também, pessoas da área, e estão também fazendo buscas. Eles acharam melhor assim, para acabar com a agonia. Liberei um barco para atendê-los e está lotado de alimentos, combustível e água, então só vai parar quando eles quiserem que pare", disse.>
Ainda segundo o empresário, neste momento todas as áreas estão cercadas por embarcações, inclusive com frota extra. "Uma embarcação está em Guarapari já, buscando nas ilhas. Uma foi para Porto Céu, mapeando a área, quatro embarcações rodando para o lado norte e para o lado sul e tem mais uma que saiu de Guarapari, ajudando, seguindo o litoral para Marataízes. Todas as áreas cercadas, inclusive por helicóptero. Estamos fazendo de tudo para achar Eric hoje. Estamos muito abalados e não vamos parar, nem medir esforços pela vida dele. Estamos em oração e hoje a gente vai achá-lo", afirmou.>
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De acordo com a filha do desaparecido, Tamiris Rosa, de 29 anos, a tripulação que embarcou nesta terça-feira (03) é como uma família. "Não foram familiares de sangue, foram marítimos que se uniram. Mas é como se fossem família, pelo companheirismo, trabalharam muitos anos juntos. São tripulantes de empresas diferentes e quiseram procurá-lo. O pessoal da nossa família conversou e eles conseguiram uma embarcação. Eles sempre se trataram como irmãos, se acontecesse algo, eles tomavam as dores. Meu pai faria o mesmo por eles", contou.>
O chefe de máquinas Eric Barcelos Rangel, de 56 anos, desapareceu após um rebocador afundar em Guarapari, no início da noite do último domingo (01). A embarcação naufragou depois de bater em uma pedra, segundo informações dos familiares da vítima. Dois outros tripulantes foram resgatados com vida na tarde de segunda-feira (02), após passarem várias horas em alto-mar, mas Eric não foi mais visto. O resgate, segundo a família de Eric, foi acionado por tripulantes de um navio que viram o rebocador. >
"Conseguiram resgatar dois e meu pai ficou desaparecido. Eles ainda estavam muito debilitados e disseram que meu pai chegou a chamar pelo nome deles e a falar que estava bem. Depois disso, não viram mais meu pai", contou uma das filhas de Eric, Tamiris Rosa.>
Os dois estavam bem debilitados, um com sinais de hipotermia (quando a temperatura corporal é reduzida drasticamente), e foram levados de ambulância para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória.>
De acordo com Tamiris, os tripulantes relataram que havia muita ventania e fortes correntezas no momento do acidente, que ocorreu nas proximidades da Ilha Escalvada.>
O rebocador embarcou na manhã de domingo (01) e estava programado para chegar no Porto de Açu por volta das 2h30 de segunda-feira (02). O último contato que a família de Eric teve com o chefe de máquinas foi às 10h50 de domingo, quando Eric mandou uma mensagem avisando que a embarcação tinha acabado de passar pela Terceira Ponte, que liga Vitória a Vila Velha. Os familiares foram avisados do desaparecimento somente na segunda-feira.>
A Capitania dos Portos do Espírito Santo (Marinha do Brasil) participou do resgate aos tripulantes e segue na busca pelo desaparecido. Duas aeronaves são usadas para tentar localizar o chefe de máquinas.>
A Marinha do Brasil (MB), por intermédio do Comando do 1° Distrito Naval, informou que tomou conhecimento, no dia 2 de novembro, de que o Rebocador Oceano I, que havia saído do Porto de Vitória na manhã de domingo (01) e com previsão de chegada ao Porto de Açú no Rio de Janeiro, não havia chegado ao destino às 12h de segunda-feira (02). A Marinha abriu um inquérito para investigar o caso. >
O Serviço de Busca e Salvamento (SAR) foi acionado e militares da CPES realizaram buscas nas proximidades das Três Ilhas, onde foi realizado o último contato, mas não obtiveram sucesso. O Navio-Patrulha Macaé e uma aeronave Sea Hawk (SH-16), sediados no Rio de Janeiro e em São Pedro dAldeia, respectivamente, também foram movimentados para a área de buscas. No fim da tarde de domingo (01), a Capitania recebeu da Companhia Docas do Espirito Santo (CODESA) a informação de que duas pessoas foram avistadas na área de fundeio.>
Os tripulantes foram resgatados pela lancha Falésia, da Praticagem, e trazidos ao cais da Capitania. Foram prestados os primeiros atendimentos médicos em ambulância do SAMU, sendo em seguida encaminhados ao hospital. >
As duas pessoas resgatadas foram confirmadas como tripulantes do rebocador. Eles informaram que a embarcação naufragou nas proximidades da Ilha Escalvada.>
A Marinha do Brasil afirma que permanece com suas equipes de buscas e salvamento ao tripulante desaparecido, empregando uma aeronave, o Navio-Patrulha Macaé e duas embarcações da Capitania.>
A partir desta terça-feira (03), uma aeronave do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Secretaria da Casa Militar (NOTAer) também auxilia nas buscas.>
"Foi instaurado o Inquérito Administrativo sobre Fatos da Navegação (IAFN) para apurar as circunstâncias do acidente. Após sua conclusão e cumpridas as formalidades legais, o mesmo será encaminhado ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação e dará vista à Procuradoria Especial da Marinha, para que adote as medidas previstas. Cabe destacar que a Marinha incentiva e considera importante a participação da comunidade, que pode ser feita pelos telefones 185 (número para emergências marítimas e pedidos de auxílio) e 27-2124-6526 (diretamente com a CPES para outros assuntos, inclusive denúncias). Também estão disponíveis o e-mail [email protected] e o aplicativo "Praia Segura", que pode ser baixado gratuitamente em aparelhos celulares Android e iOS", detalhou a Marinha.>
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