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Produtores do ES apostam na pimenta-rosa, valiosa para culinária e beleza

Produtores do ES apostam na pimenta-rosa, valiosa para culinária e beleza

Especiaria capixaba tem encontrado abertura no exterior para atender ao setor culinário e acaba de conquistar selo de qualidade, o que favorecerá esse reconhecimento tanto lá fora quando no mercado nacional

Publicado em 18 de setembro de 2023 às 10:07

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Referência na cultura da pimenta-rosa, o Espírito Santo também vive um crescimento da exportação do produto. Segundo a coordenadora de Recursos Naturais do Incaper, Fabiana Ruas, até 2022 era exportada uma média de 700 a 800 toneladas da especiaria. Para 2023, a previsão é de uma safra de mais de mil toneladas, ganhando o mercado de outros países.

Os principais mercados consumidores da nossa pimenta-rosa são a Europa (a nível internacional) e São Paulo (a nível nacional). Em se tratando do produto pronto para consumo, o quilo chega a R$ 220. “Ela é cara quando se fala do quilo pronto. Mas, como se usa muito pouco, e esse é o segredo do uso, é uma pimenta de cheiro, acaba-se comprando gramas para consumo”, pontua Fabiana.

A pimenta-rosa é muito usada na elaboração de diversos produtos, indo muito além do uso gourmet, ou seja, na culinária. “Os resíduos da lavoura vão para a destilação e a produção de óleos essenciais, cosméticos, perfumaria, fertilizantes, desinfetantes, mel, cachaça, cerveja, etc”, cita a coordenadora de Recursos Naturais do Incaper.

Hoje, com sua extração mais concentrada no Sul do Espírito Santo e sua indústria mais focada no Norte (região que também tem a atividade de extrativismo), a pimenta-rosa tem ido bem no manejo no campo.

Conquista do selo de qualidade

A pequena, levemente picante e adocicada pimenta-rosa é destaque em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, considerada a capital capixaba das especiarias. E a produção da cidade conquistou o selo de Indicação Geográfica (IG), uma marca importante para todo o Estado, que é o maior produtor do fruto no país.

Isso quer dizer que a especiaria atende aos padrões de qualidade para a exportação e agora pode chegar ao mundo todo. Para a produtora Ana Paula Martin, o reconhecimento trará benefícios. “É a garantia do mercado e da qualidade do nosso produto. Reconhecimento nacional e internacional”, disse.

O trabalho começou em 2020, com orientação de profissionais do (Incaper) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “Nós passamos cerca de 3 anos fazendo reuniões mensais com as associações, adequando tudo que elas precisam, no campo, com as boas práticas, higiene”, comentou Fabiana Ruas.

O diferencial de São Mateus é que na região do litoral da cidade há um solo propício para a plantação, que é arenoso e drenado. Com essas condições e o selo obtido, tem mais gente interessada em produzir a pimenta-rosa, explica o diretor administrativo da Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (Coopbac), Erasmo Negris.

Aspas de citação

Essa cadeia produtiva vai se fortalecer, vai se reinventar, buscar esse canal comercial para trazer rentabilidade, mais segurança e mais sustentabilidade

Erasmo Negris
Diretor administrativo da Coopbac
Aspas de citação

O trabalho agora é manter a qualidade do produto, segundo Fabiana Ruas. “Tem que ter pessoas dentro da organização. Bom controle de qualidade para manter o reconhecimento.” 

Apesar do cenário, a cultura da pimenta-rosa também enfrenta desafios, sendo a legalização do produtor o principal. “Queremos que o produtor possa acessar os mercados e vender seu produto legalizado, com agregação de valor. Cada produto precisa ter sua licença, os selos necessários dos órgãos responsáveis. O potencial a gente sabe que tem”, declara a coordenadora de Recursos Naturais do Incaper.

Com informações de Vinícius Lodi

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