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Não é só Porta dos Fundos: veja todos os filmes já censurados na Netflix

Não é só Porta dos Fundos: veja todos os filmes já censurados na Netflix

Na semana passada, Justiça negou o pedido de uma igreja evangélica para remover o especial "Se Beber, Não Ceie" da plataforma de vídeos. Na lista de obras retiradas do cardápio ao redor do mundo há até filmes de Marton Scorsese e Stanley Kubrick

Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 18:04

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Especial de Natal do Porta dos Fundos, "Se Beber, Não Ceie" é proibido em Singapura. (Divulgação)

A polêmica em torno dos especiais de Natal do Porta dos Fundos na Netflix ainda está longe de acabar. Na última sexta-feira (14), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou o pedido de censura feito pela Igreja Pentecostal Brasa Viva, que pedia ainda R$ 1 bilhão de indenização.  Na decisão, a juíza Nathalia Magluta, da 5ª Vara Cível, citou o "direito à liberdade de expressão" para defender a permanência do título, que recentemente ganhou o Emmy Internacional de Melhor Comédia, no catálogo da empresa de streaming.

É o segundo filme do grupo de humor que levanta a ira de religiosos. O mais recente deles, "A Primeira Tentação de Cristo", que estreou em dezembro do ano passado, motivou um ataque à bomba à sede da produtora e chegou a ser proibido pela Justiça do Rio. Uma liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou a censura, ao apresentar a tese de que a sátira humorística não abala os "valores da fé cristã, cuja existência retrocede há mais de 2 (dois) mil anos". 

O Brasil não é único país em que conteúdos da plataforma foram censurados. Pela primeira vez na história, a Netflix divulgou a lista dos conteúdos banidos a pedido de autoridades ao redor do mundo. "Se Beber, Não Ceie", por exemplo, foi banido também em Singapura, nação conhecida pela censura aos meios de comunicação, principalmente no que diz respeito a temas religiosos. "A Primeira Tentação de Cristo", pelos mesmos motivos, também não está disponível no país da Ásia de Monções. 

"Em alguns casos, nós fomos obrigados a remover títulos específicos ou episódios específicos em países específicos, a pedido do governo", revela a Netflix, no relatório. 

Entre os nove títulos retirados do serviço, constam até mesmo obras dos mestres do cinema Martin Scorsese e Santaly Kubrick. A plataforma afirma que passará a divulgar todos os anos os novos casos de censura. Veja a lista e os motivos abaixo:

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  • 01

    A Última Tentação de Cristo (1988)

    Baseado no romance de Nikos Kazantzakis, o filme traz Jesus Cristo (vivido magistralmente por ?Willem Dafoe) como um homem comum, encarnado em um Messias contraditório, frágil e perturbado. O polêmico longa-metragem de Martin Scorsese foi proibido na Netflix de Singapura, em 2019, por "ferir os ideais cristãos".  Por aqui, "A Última Tentação de Cristo" está disponível para assinantes do Claro Vídeo. Uma curiosidade: o drama foi condenado publicamente por líderes religiosos, inclusive no Brasil, durante o seu lançamento nos cinemas em 1988. Na época, cogitou-se que o filme fosse retirado de cartaz no país após pressão da Igreja Católica, o que não aconteceu. 

  • 02

    A Ponte (2006)

    Brilhante documentário de Eric Steel que causou polêmica por retratar os suicídios que aconteciam na Golden Gate Bridge, em São Francisco (EUA). Em 2015, o governo da Nova Zelândia pediu a retirada do filme do catálogo da Netflix por receio de que a produção incitasse novos casos de suicídio no país da Oceania. "A Ponte" não está disponível em streaming no Brasil.

  • 03

    Nascido Para Matar (1987)

    O clássico de Stanley Kubrick é um retrato minimalista sobre os horrores da Guerra do Vietnã. Em 2017, o próprio país asiático exigiu a retirada do título da Netflix vietnamita por não aprovar a visão do cineasta sobre o conflito armado. "Nascido Para Matar" está disponível no Brasil na HBO Go.

  • 04

    A Noite dos Mortos Vivos (1968)

    Em 2017, A Alemanha pediu a retirada do clássico de George Romero da Netflix germânica. O filme é banido até hoje em território alemão e foi removido após uma solicitação da Comissão Alemã de Proteção à Juventude. No Brasil, o longa-metragem está disponível no catálogo do Looke.

  • 05

    Cozinhando em 4:20 (2018)

    O polêmico reality da Netflix que mostra comediantes e apresentadores preparando receitas tendo a cannabis como ingrediente principal continua causando discussões inflamadas. No ano passado, a atração foi banida em Singapura por fazer "apologia ao uso de drogas". No Brasil, continua em cartaz.

  • 06

    Desenrolados (2017)

    A série mostra, com muito bom humor, as desventuras de uma ativista (interpretada por Kathy Bates) que é dona de uma loja de maconha medicinal e incentiva seus frequentadores a usar seus "remédios".  No ano passado, a atração também foi banida em Singapura por fazer "apologia ao uso de drogas". No Brasil, continua em cartaz.

  • 07

    Patriot Act with Hasan Minhaj (2018)

    Apresentado por Hasan Minhaj, o stand-up "Patriot Act" chama atenção por suas piadas politicamente incorretas. O segundo episódio discute o relacionamento dos Estados Unidos com a Arábia Saudita, especificamente após os supostos crimes de guerra cometidos pelos sauditas no Iêmen. O governo árabe não gostou da piada e exigiu a retirada imediata do episódio da Netflix no país. No Brasil, a atração segue no cardápio. 

  • 08

    Se Beber, Não Ceie (2018)

    Vencedor do Emmy Internacional de Melhor Comédia, "Se Beber, Não Ceie" foi lançado em 2018. A exemplo de "A Primeira Tentação de Cristo", de 2019, a produção do Porta dos Fundos parodia eventos bíblicos, com inspiração na franquia "Se Beber, Não Case", estrelada por Bradley Cooper Na trama, os apóstolos acordam de uma ressaca após a última ceia e descobrem que Jesus Cristo (Fábio Porchat) desapareceu. O especial de Natal foi removido do catálogo da Netflix na Singapura, atendendo a pedido da autoridade de mídia do país (IMDA). 

  • 09

    The Legend of 420 (2017)

    Mais um dos exemplos de produção banida por tratar da maconha.  O documentário explora a mudança de postura em relação ao consumo da planta ao longo dos anos, de narcótico perigoso na década de 1970 à descriminalização do uso em vários países. Também foi banida em Singapura, país campeão nos pedidos de censura da Netflix. 

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