Publicado em 24 de junho de 2020 às 08:21
O novo secretário especial de Cultura, Mário Frias, assinou o termo de posse no final da tarde desta terça-feira (23).>
"Foi apenas o ato de assinatura da posse, no gabinete do ministro, no final da tarde", informou a assessoria de imprensa do Ministério do Turismo, da qual a Secretaria Especial de Cultura faz parte.>
Essa é a quinta escolha para a Cultura feita pelo presidente Jair Bolsonaro. O anúncio de que o ator iria comandar a pasta foi feito na sexta-feira passada.>
A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. O secretário-adjunto de Frias é Pedro José Vilar Godoy Horta.>
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Desde que Bolsonaro chegou ao governo, em janeiro de 2019, a área cultural passa por uma sequência de turbulências e já teve demissões com acusação de censura, paródias ao nazismo e, mais recentemente, um "chilique ao vivo" da atriz Regina Duarte durante entrevista a uma emissora de TV.>
O ator chega ao cargo depois de o próprio presidente ter anunciado a saída de Regina, que quase passou mais tempo em "namoro e noivado" com Bolsonaro do que o intervalo que esteve no governo.>
Frias já havia sido cotado para comandar a pasta em janeiro, logo após a saída de Roberto Alvim.>
Na ocasião, marcada pela demissão do secretário após uma paródia de um ministro da Alemanha nazista, Bolsonaro acabou apostando em Regina, demitida em menos de três meses.>
De acordo com auxiliares do presidente, a chegada de Frias reflete uma nova tentativa do Palácio do Planalto de manter a ala ideológica no comando da área de Cultura, tentativa frustrada na gestão de Regina.>
Bolsonaro vinha se queixando que a ex-atriz global não estava atendendo às suas expectativas de manter a militância aguerrida na "guerra cultural".>
Frias, escolhido com apoio dos filhos do presidente, deu sinais de que vai topar a missão de discurso ideológico.>
Ele, porém, não deve ter muita liberdade para comandar a pasta, como sua antecessora.>
A novidade agora, dizem pessoas ligadas à pasta, é que Frias terá uma gestão tutelada pela deputada Carla Zambelli, do PSL de São Paulo. Foi ela a responsável por levar o nome do ex-galã de "Malhação" para o Planalto.>
Zambelli atuou na Cultura e ajudou a construir uma "saída honrosa" para Regina, anunciada para um cargo na Cinemateca Brasileira após ser demitida.>
A deputada bolsonarista é fã do escritor Olavo de Carvalho, principal ideólogo do governo e defensor de uma guerra cultural que tem como principal adversário "o comunismo", num amplo conceito usado para identificar tudo que se opõe a Bolsonaro e seus apoiadores incontestes.>
Bolsonaro e Frias tiveram conversas ao longo da semana sobre as expectativas do presidente para a nova gestão.>
Segundo assessores presidenciais, ele espera que o ator aumente o rigor na concessão de benefícios ao setor do audiovisual e implemente mudanças na Lei Rouanet.>
Frias, entusiasta do governo, atualmente é apresentador do game show "A Melhor Viagem", exibido pela RedeTV!. Mas seu rosto é bem mais conhecido pela época como protagonista da sexta temporada do seriado "Malhação", a partir de 1999, quando fazia par romântico com Priscila Fantin.>
No início do mês, em entrevista à CNN, o ex-ator da Globo já havia dito que seria uma honra ocupar o posto.>
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