Publicado em 8 de junho de 2020 às 10:43
A nova temporada da série de TV "Cosmos", que teve estreia no sábado (6) no canal National Geographic, é uma oportunidade para o público se aproximar da história do conhecimento e dos conceitos científicos --algo necessário em um momento no qual a pandemia do novo coronavírus aumenta a dependência da ciência na busca por soluções. >
Em "Cosmos - Mundos Possíveis", o astrofísico norte-americano Neil deGrasse Tyson, apresentador da atração, conta como os seres humanos se tornaram a espécie terrestre capaz de explorar o espaço fora do planeta.>
Para isso, o cientista parte das bases que tornaram a ciência moderna um empreendimento possível, contando a história das primeiras pessoas que ousaram pensar diferente e partiram para a investigação dos fenômenos da natureza.>
A série que vemos agora foi idealizada pelo astrofísico norte-americano Carl Sagan (1934-1996), de quem Tyson é um tipo de discípulo. Em 1980, Sagan apresentou a primeira versão do programa, "Cosmos - Uma Viagem Pessoal".>
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A paixão com que Sagan falava e explicava a ciência tornou o programa um sucesso atemporal e motivou jovens a seguirem uma carreira científica --Tyson entre eles.>
Em 2014, o programa retornou à TV com o nome "Cosmos - Uma Odisseia no Espaço-Tempo", sob comando de Tyson. Essa foi uma versão atualizada do que Sagan apresentou nos anos 1980, com novos efeitos especiais e aprimoração técnica, mas o programa repassou os principais pontos abordados na edição de 1980.>
Com a nova leva de episódios, "Cosmos" parece engatar no que pode virar uma série com temporadas que se complementam, sem perder o DNA injetado por Sagan. Isso acontece em parte porque a atração tem roteiro escrito por Ann Druyan, viúva de Sagan que trabalhou com o companheiro na primeira versão da série e no filme de ficção "Contato" (1997), baseado em um livro do astrofísico.>
O catálogo de personagens da história da ciência se amplia, com personalidades diferentes que ganham mais destaque em "Mundos Possíveis". É o caso de Christiaan Huygens, cientista holandês que usou seus estudos sobre a luz para aperfeiçoar os telescópios e melhorar seu uso para a observação de corpos celestes.>
Huygens agora recebe mais tempo e tem sua vida e obra expostas de maneira didática no programa, como acontece com outros cientistas ao longo da temporada.>
O visual refinado da série lembra ainda mais uma obra ficção científica do que as edições anteriores. E não poderia ser diferente em um programa que pretende mostrar as possibilidades para o futuro.>
Mas a ambientação não acontece só com os efeitos especiais. A trilha sonora tem música tema composta por Alan Silvestri, criador das trilhas sonoras dos filmes da trilogia "De Volta para O Futuro" (1985-1990) e "Vingadores" (2012).>
Durante a temporada, que conta com 13 episódios, Tyson guia o espectador por temas como o futuro das viagens espaciais tripuladas e a busca por vida extraterrestre.>
Há um equilíbrio entre visões otimistas e pessimistas nas falas de Tyson, alinhados com a realidade que a ciência mostra. Mas na nova temporada o apresentador acrescenta um peso maior aos efeitos do antropoceno, a era geológica mais recente, marcada pela ação dos seres humanos para moldar a paisagem e o destino do planeta, e que pode ter sérias consequências sobre a vida na terra.>
A série tem um episódio dedicado ao assunto, mas já no início da temporada, Tyson lembra que o risco de uma extinção em massa causada pelos humanos é alto. "O que acontece conosco como espécie que onde vamos levamos a morte?", questiona o apresentador.>
Com exibição no canal National Geographic aos sábados, às 22h30, a série tem reprises aos domingos, às 21h.>
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