Publicado em 3 de novembro de 2019 às 23:30
Pela primeira vez, desde 2009 - quando o Enem teve o formato reformulado -, questões relacionadas à ditadura militar não foram abordadas na prova. A ausência de assuntos que pudessem gerar polêmicas chamou a atenção dos professores nesta edição. O primeiro dia de prova contou com questões de Linguagens e Ciências Humanas e também a Redação. Confira a avaliação dos professores do Colégio Salesiano do primeiro dia de prova no vídeo abaixo. >
Por ser o primeiro ano de aplicação da prova na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), a expectativa era de que temas relacionados a Direitos Humanos não fossem abordados, especialmente após a criação de uma comissão do Inep para fazer análise ideológica das questões. Contudo, assuntos como escravidão, comunidades quilombolas e direito da mulher apareceram na prova de Ciências Humanas.>
Houve ausência, porém, de temas mais polêmicos como a ditadura militar e população LGBT, como destacou a professora de história do colégio Salesiano, Caroline Firmino. Ela também frisou que questões sobre a Era Vargas não apareceram nesta edição.>
Caroline Firmino
Professora de História do colégio SalesianoNas questões de Geografia, houve predominância da geografia física e assuntos do cotidiano. O professor de Atualidades e Geografia, Lucas Campos, chamou atenção para uma questão que abordava trabalhos análogos à escravidão. Segundo ele, apesar de propor uma discussão extremamente relevante, o texto fazia menção ao Ministério do Trabalho, extinto pelo atual governo. >
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"É um assunto que gera um debate importante, porém a questão foi feita em cima de um texto de 2014 que menciona a atuação do Ministério do Trabalho, que não existe mais", disse.>
As questões mais voltadas a Sociologia e Filosofia estavam bem limitadas, segundo os professores do Colégio Salesiano. O professor André Luiz destacou uma abordagem mais cultural em Sociologia, exigindo pouco conhecimento de teoria dos candidatos. Ele considerou a prova mais fácil desde 2009. Já Filosofia demandou mais atenção. O professor Ezimar Bravin disse que as questões exigiam conhecimento mais apurado de Filosofia moderna e contemporânea.>
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