Quando saiu o Índice de Transparência e Governança Pública (ITGP), em outubro deste ano, 44 municípios do Espírito Santo tinham alcançado a classificação "ótimo", ou seja, 56% dos municípios estavam com o maior padrão de transparência possível.
Agora, 43 cidades desse grupo que recebeu a classificação mais alta se submeteram a uma outra avaliação sobre a gestão das informações públicas e 25 delas alcançaram uma nova categoria, recebendo ainda o selo diamante, o maior reconhecimento do Selo de Qualidade em Transparência e Governança Pública, uma iniciativa do movimento empresarial ES em Ação, com o apoio da Transparência Capixaba.
São números e certificações que provocam uma disputa saudável entre os municípios capixabas: quanto mais for feito para que as informações das administrações municipais sejam acessíveis, quem mais se beneficia é a população, que pode exercer mais controle sobre as decisões tomadas e mais fiscalização contra possíveis malfeitos.
Transparência não é favor, é obrigação. A evolução entre os municípios é notável em 2025 (as 78 cidades capixabas atingiram uma média de 80,41 pontos de 100 possíveis — 10 pontos a mais que em 2024), a começar pelo feito de não haver nenhuma cidade classificada como "ruim" neste ano (em 2024 eram seis nesse classificação) e por outras seis terem alcançado 100 pontos, o que não ocorreu no ano passado.
A cultura da transparência se fortalece com o comprometimento dos gestores públicos, mas ainda mais quando o cidadão participa e cobra o acesso aos dados confiáveis sobre a administração pública. Transparência dissipa as sombras da corrupção e da incompetência administrativa.
Os levantamentos apontam que ainda há fragilidades, como na transparência de emendas parlamentares, um ponto crítico que precisa ser superado com a publicidade sobre onde os recursos foram usados e quem foi o deputado ou senador que disponibilizou esse dinheiro.
Mas o avanço é estridente, não há como negar. Há alguns anos, em 2022, o mesmo ITGP mostrava que apenas 11 cidades conseguiram receber a classificação "ótimo". Em 2025, são 44 nesse nível, como dito no início deste editorial. É nessa toada, com participação popular ativa, que se consolida a cultura do controle público. O contribuinte tem o direito de saber como o dinheiro que sai do seu bolso está sendo usado em cada cidade.
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