Quando árvore gera caos, é sinal de que algo anda mal no trânsito

Árvore que caiu ao ser podada na Avenida Norte-Sul gerou um efeito cascata que atravancou todo o trânsito da Grande Vitória. Como algo tão banal progride para o caos é assunto que as prefeituras devem discutir a sério, em conjunto

Publicado em 12/12/2019 às 14h35
Queda de árvore interditou a Rodovia Norte Sul, na Serra. Crédito: Internauta | A Gazeta
Queda de árvore interditou a Rodovia Norte Sul, na Serra. Crédito: Internauta | A Gazeta

Todos os grandes centros, por mais modernos que sejam em suas dinâmicas de mobilidade e seus modais de transporte público, vez ou outra sofrerão com congestionamentos e lentidão. É o ônus de se viver em aglomerados urbanos. Mas quando a simples queda de uma árvore atrasa a volta para casa de milhares de pessoas, é sinal de que algo anda mal no trânsito da cidade.

Entre a tarde e a noite de quarta-feira (11), houve quem demorasse mais de cinco horas para chegar ao destino, em trajeto normalmente cumprido em um quinto desse tempo, ao sair de Vitória e seguir para a Serra. Uma árvore, que caiu ao ser podada na Avenida Norte-Sul, atravancou os dois sentidos da avenida e gerou um efeito cascata que se estendeu por quilômetros, nos dois municípios. Como algo tão banal progride para um cenário de caos é um assunto que as prefeituras da Região Metropolitana da Grande Vitória devem discutir a sério, em conjunto.

Incidentes que interrompem o fluxo de veículos acontecem nas melhores metrópoles. Uma das virtudes que separa as administrações públicas eficientes das ineficientes é a capacidade de lidar rapidamente com os imprevistos e, mais do que isso, planejar o futuro de seus cidadãos. A população da Grande Vitória não tem visto nem uma coisa nem outra nos últimos anos. No episódio de quarta-feira, a resposta veio tarde e desarticulada. A longo prazo, as soluções que têm se concretizado são insuficientes.

Melhorar a mobilidade urbana requer ações orquestradas, que vão além de alargamento de vias e aumento de malha viária. Passa por distribuir serviços e oportunidades pelos territórios, diminuindo a necessidade de deslocamento das pessoas. Inclui interligar transportes municipais, aprimorar capilaridade e conforto, investir em novos modais. A receita é conhecida e está registrada no Plano de Desenvolvimento Urbano da Grande Vitória, sancionado no ano passado. Trânsito é conectividade. Enquanto as intervenções forem localizadas e limitadas, problemas pontuais vão continuar a provocar prejuízos amplos e incalculáveis.

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.