Concessão da ES Gás é passaporte para um mercado mais competitivo

Com privatização no horizonte, empresa não estará mais amarrada às exigências das legislações estatais e será mais ágil e competitiva, com ambições internacionais

Publicado em 27/07/2020 às 06h00
Atualizado em 27/07/2020 às 06h00
Unidade do gasoduto Cacimbas - Catu
Unidade do gasoduto Cacimbas - Catu. Crédito: Gildo Loyola/Arquivo

contrato de concessão da ES Gás, firmado na última quarta-feira (22), sinaliza os novos tempos no mercado de gás no Espírito Santo. Otimismo não falta,  principalmente por marcar o início de um processo que desencadeará na privatização da empresa pública, criada em 2018 para operar em substituição à BR Distribuidora na distribuição do produto canalizado no Estado. 

A ES Gás, hoje, tem como sócios o próprio Estado, com  51% de participação, e a antiga subsidiária da Petrobras, com 49%. Em março, o próprio presidente da ES Gás, Heber Resende, explicou que as duas partes compartilham o interesse da venda do controle acionário e devem consolidá-la com uma oferta única, em conjunto.

A assinatura do contrato de concessão demorou a ser efetivada: estava originalmente programada para setembro do ano passado, quando foi adiada para dezembro. Agora, com tudo acertado, o primeiro investimento da ES Gás será no Norte do Estado, na construção de um gasoduto que ligará a Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), no litoral do município, até a região industrial da cidade.

Um investimento de R$ 40 milhões, com prazo de implantação de 13 meses.  Com a construção do gasoduto,  o custo na distribuição deve ser reduzido,  assim como as distâncias, sem a necessidade do transporte rodoviário, o que vai ampliar o acesso do gás a empresas e residências.

A novidade coloca o Espírito Santo na vanguarda com o novo modelo de concessão de distribuição, após a quebra do monopólio do mercado gás.  E assim se torna atrativo ao investidor privado. O governo do Estado quer deixar de gerir a companhia, mas ainda com uma pequena participação acionária. A autorização para ofertar ações da empresa ao mercado virá da Assembleia.

Com um contrato em sintonia com as novas diretrizes do mercado, a empresa, sob controle privado, não estará amarrada às exigências das legislações estatais e será mais ágil e competitiva, com ambições internacionais. Gás mais barato tem potencial de mexer com toda a cadeia produtiva da indústria, atraindo multinacionais e gerando mais empregos.

previsão é de que em agosto será realizada a primeira chamada pública da ES Gás para 2021. Superada a obrigação legal de compra de gás da Petrobras, a ES Gás se abre para mais empresas, o que deve baratear o preço do insumo. A ES Gás inicia suas atividades como um estágio preparatório para sua privatização. Tanto que o concurso público para seleção de funcionários foi devidamente cancelado . Até a conclusão da venda, a empresa será administrada pela BR Distribuidora.

É nesse contexto de modernização do mercado de gás que a empresa se insere e tem tudo para prosperar. O governo aposta que em 2021 a empresa já estará sob controle privado. O novo cenário econômico, não só interno como externo, com os efeitos pandêmicos que devem ser sentidos ainda nos próximos anos, deve desacelerar os investimentos e vir a retardar essa intenção.

O mais importante, neste momento, é a existência de um planejamento estratégico para um setor com tamanho potencial econômico. O senso de oportunidade é essencial para a gestão pública, e a ES Gás deverá estar a postos para os negócios que virão quando a economia começar a se estabilizar.

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