Caro (e)leitor, voto deste domingo define recuperação da sua cidade

Votantes vão eleger os prefeitos e vereadores que terão a dura missão de lidar com uma das piores crises enfrentadas pelo Brasil nas últimas décadas. É preciso estar munido de documento, caneta, máscara e consciência

Publicado em 15/11/2020 às 05h00
Urna - confirma
Eleitores de todo o país escolhem prefeitos e vereadores neste domingo (15). Crédito: Carlos Alberto Silva

Além de documento, caneta e máscara, as eleições municipais deste domingo (15) vão exigir uma dose extra de responsabilidade dos eleitores. Em seu compromisso cívico com a urna, os votantes vão eleger os prefeitos e vereadores que terão a dura missão de lidar com uma das piores crises enfrentadas pelo Brasil nas últimas décadas. As respostas, é claro, dependem de arranjos de todas as esferas do poder, mas é nas cidades que gestores públicos e legisladores precisam encarar as consequências mais evidentes da pandemia do novo coronavírus, adotando medidas que interferem diretamente na qualidade de vida da população.

Neste ano atribulado, em que a humanidade teve que lidar com o desconhecido e buscar o melhor de si para achar curas e soluções, o pleito carrega ainda outro simbolismo especial: a mudança no calendário eleitoral fez com que a votação coincidisse com a proclamação da República no Brasil. E é justamente o espírito de cuidado com a coisa pública que deve guiar os eleitores neste dia.

Além das intempéries que solaparam o mundo com a disseminação da Covid-19, o Brasil vive um momento ainda mais delicado com a polarização política, inflada desde as eleições de 2018. A pandemia e o pandemônio, em blague já corrente. Em diversos momentos, a guerrilha ideológica, alimentada pela desinformação e pela postura nada republicana de alguns representantes, provou-se contraproducente e paralisante, atrasando ou impedindo a tomada de ações cruciais para o país.

Cada cidadão tem o direito irrevogável de escolher aquele candidato que melhor represente seus ideais e valores, mas também tem o dever de zelar pelo bem-comum. O voto é individual, mas não precisa ser individualista. O país, e o Espírito Santo não escapa, teria muito a ganhar se as bravatas dogmáticas, muito barulhentas, mas vazias, fossem deixadas em segundo plano. Mais do que nunca, o foco do eleitor deve recair nas propostas dos candidatos para atacar os problemas da cidade, que são bem concretos, como filas em postos de saúde, vagas em creches e crescimento dos índices de violência urbana.

Com a transposição das campanhas para palcos virtuais, a tarefa de estudar planos de governo e perfil dos candidatos não foi nada fácil. O exagero de candidaturas também pulverizou ainda mais os debates, complicando a vida do eleitor. Mas a análise criteriosa das estratégias de gestão e da capacidade do postulante para ocupar o cargo, que sempre foi de suma importância, neste ano torna-se inapelável.

A decisão do STF no início da pandemia, que reconheceu, sob a luz da Constituição, a competência concorrente de Estados e municípios no enfrentamento da crise, atestou a relevância de prefeitos e vereadores na administração direta do dia a dia dos moradores. Com o empobrecimento da população e a queda de arrecadação dos governos decorrentes da crise, os próximos quatro anos serão de aumento da demanda por serviços públicos, dos quais os gestores terão que dar conta com um cobertor ainda mais curto. Essa é a realidade, e não há promessa mirabolante nem discurso inflamado que dê jeito. Por isso, ao se encaminhar à urna, o eleitor deverá estar munido de documento, caneta, máscara e consciência.

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