Café em alta reforça a importância da infraestrutura na cadeia produtiva do ES

A expansão portuária esperada para os próximos anos também precisa ter uma estratégia para esse produto tão intrinsecamente ligado à economia capixaba

Publicado em 12/05/2025 às 01h00
Conilon
Saca de café conilon estocada em Linhares, Norte do ES. Crédito: Abdo Filho

Não era para haver tanta ansiedade diante das expectativas em torno da safra recorde de café conilon no Espírito Santo neste ano, quando se espera que sejam colhidas 18 milhões de sacas de 60 quilos, com preço também aquecido, o que pode injetar em torno de R$ 30 bilhões na economia capixaba. Mas, diante do que aconteceu no ano passado, com a dificuldade de exportar a produção capixaba, a ansiedade acaba voltando.

Os produtores locais estão sabendo aproveitar as oportunidades de ampliar os negócios no mercado internacional, com investimentos na modernização da lavoura e dos métodos produtivos. A cadeia produtiva do café vem se desenvolvendo continuamente, e o único obstáculo para o sucesso são os gargalos logísticos, como o testemunhado no ano passado no Porto de Vitória. Grande parte do café produzido aqui precisa ganhar o mundo. Sem portos compatíveis com a produção, não há como.

A Vports, concessionária responsável pelo Complexo Portuário de Vitória, garantiu à coluna de Abdo Filho que o apagão logístico de 2024 não deve se repetir. À época, o setor de rochas se uniu ao de café para formalizar uma reclamação. Neste ano, o CEO da concessionária, Gustavo Serrão, afirmou que o "Porto de Vitória nunca esteve tão preparado", citando o que foi e está sendo feito na estrutura do porto, com adequações e investimentos, para que o café produzido no Espírito Santo consiga sair do país.

Mas é preciso pensar além da solução desse problema localizado: o café conilon capixaba está tendo cada vez mais demanda internacional, mas ainda sofre com a falta de uma estrutura portuária mais dinâmica. Passos importantes estão sendo dados, como o primeiro embarque de café realizado pelo Portocel, em Aracruz, no ano passado, surgindo como uma alternativa para os exportadores. A expansão portuária esperada para os próximos anos também precisa ter uma estratégia para esse produto tão intrinsecamente ligado à economia capixaba.

A situação do café capixaba mostra o peso da infraestrutura para o crescimento econômico, e como oportunidades podem ser perdidas caso os investimentos não se consolidem.

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